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01/07/2012 - 14h49

Lugo diz que foi destituído por não querer entregar cargos no Paraguai

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente destituído do Paraguai, Fernando Lugo, afirmou que seu grande erro foi confiar em políticos tradicionais e atribuiu o impeachment que sofreu por não querer entregar cargos do governo aos partidos de sua coligação, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal argentino "Clarín".

"O que os partidos políticos querem? Querem cargos e eu dizia que não, o Estado não é uma torta que se divide".

Lugo classificou a política paraguaia como "clientelista" e, como seu governo quis "romper essa ordem e fazer políticas sociais", incomodou a classe política.

O ex-bispo também admitiu que não pôde concluir políticas, como a recuperação de terras dadas a militares durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) para fins de reforma agrária, uma das grandes reclamações que causam o conflito com os sem-terra.

Ele descartou a disputa à Presidência em 2013, mas diz que avalia uma candidatura ao Senado nas próximas eleições. "Se eu tivesse terminado meu mandato, seria senador vitalício e isso fechava todas as portas de uma futura prática política eleitoral. Com esse golpe de Estado, há uma possibilidade".

FRANCO

Na apresentação anual das realizações do governo ao Congresso, na manhã deste domingo, o presidente paraguaio, Federico Franco, reiterou que as sanções adotadas contra o país pelo Mercosul e pela Unasul são "ilegais e ilegítimas".

"A reação dos vizinhos foi injusta e desproporcional. Eles desrespeitaram nossas decisões soberanas. Foi uma medida de total violação aos tratados vigentes, porque não nos deram oportunidade de defesa", afirmou Franco, que assumiu a Presidência em 22 de junho, após a deposição de Fernando Lugo.

Pouco depois das 9h30 local (10h30 no horário de Brasília), Franco, vestido com a faixa presidencial, iniciou seu discurso de conteúdo nacionalista e de defesa da soberania do país.

"Estamos vivendo um momento de reencontro da nação para defender sua soberania. Como legítimo representante da maioria, reitero que devemos juntos assumir o nosso compromisso patriótico. A República do Paraguai é e será para sempre livre e independente."

O liberal também assegurou que a missão da OEA (Organização dos Estados americanos), que chegará na noite deste domingo ao Paraguai, terá total liberdade para realizar seus trabalhos.

"Todos os organismos internacionais dos quais fazemos parte também podem enviar seus representantes. Eles perceberão que vivemos na mais completa paz e que nosso país não violará nenhum dos direitos humanos", disse o presidente.

 

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