Hotel 5 estrelas não tem hóspedes em Gaza, sob o bloqueio israelense

O primeiro hotel cinco estrelas de Gaza tem quartos arejados com vista para o mar Mediterrâneo, chão de mármore, piscina de águas límpidas e cinco restaurantes. Só não tem hóspedes.

Aberto há um ano, o hotel Al Mashtal, de 222 quartos, só tinha dez ocupados nesta semana. Sob bloqueio israelense, Gaza não recebe turistas. Os poucos clientes são jornalistas e funcionários internacionais, além dos raros casais de Gaza que podem bancar uma lua de mel.

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	Único 5 estrelas da faixa de Gaza, hotel recebe apenas jornalistas e funcionários internacionais

O prédio de seis andares se destaca na paisagem pobre de Gaza, onde 80% da população de 1,6 milhão depende de ajuda humanitária.

Lançada por empresários palestinos, a construção começou no meio dos anos 90. Eram dias de otimismo com os acordos de paz com Israel. O hotel ficou pronto em 2006 e sua administração foi entregue ao grupo de hotéis de luxo suíço Mövenpick.

Mas no ano seguinte o movimento islâmico Hamas assumiu o controle de Gaza e os suíços caíram fora. O hotel mofou até 2011, quando um grupo espanhol aceitou o desafio de gerenciá-lo.

No ambiente que lembra qualquer hotel cinco estrelas, predominam as regras islâmicas impostas pelo Hamas. Não há bebidas alcoólicas, os trajes de banho são supercomportados e o bar/cassino projetado para o subsolo foi convertido numa academia.

O café à beira da piscina virou ponto de encontro de jovens da elite. "Por um momento posso ter a sensação de que vivo num lugar normal", diz o estudante Amir Adli, 18, fumando narguilé.