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12/11/2012 - 04h00

Mudança demográfica nos EUA preocupa Partido Republicano

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MICHAEL D. SHEAR
DO "NEW YORK TIMES"

As mudanças demográficas no eleitorado norte-americano ocorreram com velocidade notável e deixaram muitos republicanos preocupados com o futuro do partido, depois da eleição presidencial nos Estados Unidos na última terça-feira. Nenhum candidato republicano em 24 anos teve tantos votos do colégio eleitoral quanto o presidente Barack Obama nesta eleição.

A estratégia dos republicanos de atrair principalmente os eleitores brancos parece ter se chocado com um muro demográfico.

"Antes nós pensávamos que melhorar demograficamente era muito importante", disse Al Cardenas, presidente da União Conservadora Americana. "Hoje sabemos que é essencial."

O presidente Obama saiu vitorioso da eleição não apenas porque conquistou os eleitores hispânicos, mas também porque teve o apoio de eleitores asiático-americanos e o das pessoas com menos de 40 anos.

Essa nova coalizão ajudou Obama a vencer no Colorado e em Nevada. Ele chegou perto na Carolina do Norte, um Estado que era confiável para candidatos presidenciais republicanos alguns anos atrás e onde ele ganhou apertado em 2008.

Até no condado de Prince William, a cerca de meia hora ao sul de Washington, onde os republicanos algumas décadas atrás acumulavam os votos de um condado que era principalmente branco e bastante rural, as mesas viraram. Prince William se transformou, e hoje o condado parece o futuro dos Estados Unidos.

Espaços abertos deram lugar a casas urbanas e condomínios fechados, enquanto o município alcançava a sétima maior renda familiar do país e se tornava o primeiro lugar na Virgínia onde as minorias constituem mais da metade da população.

O problema dos republicanos é que os maiores eleitorados democratas estão crescendo. Os asiático-americanos, por exemplo, formavam 3% do eleitorado, contra 2% em 2008, e escolheram Obama por cerca de 47 pontos percentuais.

Os republicanos contam cada vez mais com os eleitores brancos mais velhos. E, ao contrário do que se considera senso comum, os eleitores não se tornam necessariamente mais conservadores quando envelhecem. Até a década passada, a maioria dos eleitores mais jovens e mais velhos tendiam a votar no vencedor da eleição presidencial.

Este ano, Obama conseguiu vencer um segundo mandato, apesar de conquistar apenas 39% dos eleitores brancos e 44% dos maiores de 65 anos, segundo pesquisas nacionais de boca de urna. Os homens brancos representaram apenas cerca de 25% dos eleitores de Obama. Na Câmara dos Deputados no ano que vem, pela primeira vez os homens brancos formarão menos da metade da bancada democrata.

O Partido Republicano "precisa de mensagens e políticas que atraiam um público mais amplo", disse Mark McKinnon, um ex-estrategista do presidente George W. Bush. "A eleição provou que tentar expandir uma base que está encolhendo não vai funcionar. Está na hora de trazer um pouco de compaixão para o conservadorismo. O partido precisa de mais tolerância, mais diversidade."

Nada na política é permanente, e os republicanos poderão encontrar em breve maneiras de atrair as minorias e os eleitores mais jovens. Enquanto os eleitores hispânicos e asiáticos sobem na escala de renda, mais entre eles irão desconfiar dos apelos democratas para aumentar os impostos sobre os ricos.

Os democratas ainda poderão enfrentar seus próprios desafios demográficos quando não tiverem mais Obama (e sua máquina de campanha bilionária).

Mas a questão imediata para os republicanos é como melhorar sua imagem entre os eleitores que já estão perdendo em grande número. "Você não precisa ceder nos temas polêmicos e, de repente, assumir a posição democrata sobre os impostos para conquistar o voto negro, latino ou das mulheres", disse Corey Stewart, autoridade republicana no condado de Prince William.

"As mudanças são claras", disse. "A população minoritária está aumentando, e a população branca estagnou."

 

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