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22/01/2013 - 06h00

Análise: Em 2º mandato presidente mira legado e foge de ser 'pato manco'

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SÉRGIO DÁVILA
EDITOR-EXECUTIVO

Logo após a reeleição, George W. Bush (2001-2009) disse que recebera capital político e o gastaria.

Vieram o furacão Katrina (2005) e o derretimento do sistema financeiro (2008), e o republicano perdeu tudo, passando boa parte do segundo mandato como "pato manco", termo para mandatário com poder de direito, mas não de fato.

É da maldição desta ave que seu sucessor na Casa Branca, o democrata Barack Obama, tenta fugir no segundo mandato, que começou anteontem.

Se nos primeiros quatro anos ele cuidou mais de controlar os danos que herdou e menos de implantar sua agenda, agora o presidente norte-americano deve se concentrar na construção de seu legado.

Será um legado progressista, pelo menos a julgar pelos sinais mais recentes.

Ele passa pela tentativa de aprovar as reformas fiscal (leia-se aumento de impostos para os mais ricos) e de leis de imigração, o endurecimento da regulamentação do comércio de armas, a adoção da luta contra o aquecimento global como política de Estado e a implantação das chamadas "leis igualitárias", a favor de mulheres e minorias.

Não é pouca coisa e, se a história é guia, boa parte não sairá do papel.

Afinal, um balanço honesto do primeiro mandato dirá que a reforma do sistema de saúde obamista ficou pela metade, assim como a do sistema bancário-financeiro pós-crise.

E a excrescência jurídica que é a prisão de Guantánamo continua mais ou menos como implantada por Bush/Cheney, apesar da promessa do democrata de a fechar.

Além disso, após a captura e morte de Osama bin Laden e o desmonte gradual das guerras do Iraque e do Afeganistão, Obama parece ter adotado como arma principal de política externa não a "mão estendida" oferecida quatro anos atrás, mas o perigoso caminho dos ataques por aviões não pilotados.

Segundo levantamento recente feito pelo jornal "The New York Times", foram mais de 300 ataques (com 2.500 mortes) ordenados pelo democrata, ante cerca de 40 por Bush.

Se a estratégia poupa o público interno --não há baixas entre americanos--, coloca mais combustível anti-EUA em lugares já explosivos como Paquistão, Iêmen e Somália.

 

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