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Para franciscanos de São Paulo, nome do papa sinaliza reforma
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PATRÍCIA BRITTO
DE SÃO PAULO
"Francisco, vai e restaura a minha igreja, que está em ruínas." Foi o que, segundo a tradição, Francisco de Assis ouviu Jesus Cristo lhe pedir do alto do crucifixo de uma igreja de são Damião, na Itália do século 12.
Lembrando desse episódio, o frei franciscano Anacleto Luiz Gapski, 62, que vive no Convento de São Francisco de Assis, em São Paulo, diz que o nome escolhido pelo novo papa simboliza a necessidade de reconstrução da Igreja Católica.
Também é o que pensa o frei David Raimundo dos Santos, 60, diretor-executivo da ONG Educafro. "Quando o papa assume esse nome, está reconhecendo que a Igreja Católica está em ruínas e tem que ser reformada."
A notícia de que o novo papa escolheu ser chamado pelo nome do fundador da ordem franciscana foi recebida com entusiasmo pelos seguidores de Francisco de Assis (1182-1226), santo da Igreja Católica conhecido pelo comprometimento com a humildade e a simplicidade.
Conta o frei Anacleto que, assim como hoje, nos tempos de Francisco de Assis a igreja vivia "momentos de turbulência", afetada por disputas internas de poder.
"A igreja vivia um momento de crise. Era um período de uma aliança da igreja com o poder material, com os reinos, as riquezas", diz.
Mas, para o frade, a crise atual é mais grave. "Não podemos fechar os olhos", disse, em referência aos escândalos de abuso sexual e suspeitas de corrupção.
"A gente ouviu Bento 16, na Quarta-Feira de Cinzas, dizer que a luta pelo poder dentro da igreja era muito grande, o que fazia com que ele não tivesse mais forças."
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