"Nunca ouvi falar dele", diz bispo auxiliar de São Paulo
A Cúria Metropolitana de São Paulo diz ter sido pega de surpresa pela escolha de Jorge Mario Bergoglio como novo papa.
Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, o porta-voz da arquidiocese de São Paulo, Padre Antonio Aparecido Pereira, dom Edmar Peron, bispo auxiliar de São Paulo para a região de Belém, dom Sérgio de Deus Borges, bispo auxiliar para a região de Santana, disseram não saber qual o relacionamento dele com a igreja brasileira.
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Os religiosos comentaram a escolha de um papa de fora da Europa.
"É uma tradição que foi mantida desde João Paulo 2º. Tivemos um papa polonês [João Paulo 2º] e um alemão [Bento 16]. Agora saímos da Europa e temos um papa argentino", disse dom Edmar. "É importante para mostrar toda a extensão da Igreja", completa.
Segundo o porta-voz da Arquidiocese de São Paulo o padre Antonio Aparecido Pereira, o cardeal brasileiro dom Odilo Scherer, um dos nomes mais cotados para novo papa, não queria torcida por ele no conclave.
Ele teria reunido a família, os amigos e dito que não queria torcida ou manifestações para que ele se tornasse o novo papa, além de pedir orações para que Deus escolhesse o novo papa para a Igreja Católica Romana.
IMPRESSÕES
"O primeiro pronunciamento dele foi curto. Não sabemos qual será o programa do papado dele. Sabemos que ele fala de oração, silêncio, fraternidade. É o estilo que ele próprio busca e que é essencial para a Igreja", disse dom Edmar.
"Nunca ouvi falar dele", disse dom Edmar. "O que sabemos expressa a característica da própria vida dele, que é de simplicidade."
Os religiosos de São Paulo disseram que a primeira impressão do novo papa foi positiva.
"O que a gente sabe é que ele tem um discurso de proximidade. A primeira impressão que nós tivemos foi positiva, de ver ele chegando sem a batina que os papas usam quando são eleitos, e isso revela que ele é uma pessoa simples e acessível", afirmou dom Edmar.
Ele não deu detalhes sobre os desafios que o novo papa deve enfrentar, enfatizando que a Igreja é dinêmica e as questões enfrentadas por cada pontífice são distintos. (RAFAEL VALENTE)
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