Otimismo desabou no Egito durante gestão Mursi
Uma pesquisa recente antecipou a dramática insatisfação da população egípcia com a agenda islâmica do presidente Mohammed Mursi, deposto ontem.
Apenas 36% das pessoas disseram estar otimistas sobre mudanças positivas, contra 83% no início da Primavera Árabe. A pesquisa foi finalizada em maio, antes portanto da queda de Mursi.
Foram ouvidas 5.000 pessoas pela empresa americana Zogby, e o resultado ajuda a explicar o desgaste que levou à deposição do presidente. O levantamento concluiu que 61% dos egípcios viam a situação atual como pior do que há cinco anos. Em 2011, o mesmo estudo apontava 46% de insatisfeitos.
Só 46% do povo esperava dias melhores nos próximos cinco anos, contra 85% em 2011. "O que emerge é um retrato de um público profundamente dividido, com uma minoria apoiando fortemente um governo que não tem praticamente nenhum suporte entre os egípcios que não são afiliados à Irmandade Muçulmana", diz a pesquisa.
O estudo revela "uma sociedade fraturada não em demografia, mas em princípios ideológicos e religiosos". A despeito dos partidos, três grupos informais definem o mapa político egípcio.
Os indivíduos de propensão islâmica somam quase 30% da população, enquanto a oposição organizada atinge cerca de 35%. Outros 40% compõem uma pluralidade insatisfeita que não se identifica com nenhum deles.
Esses grupos explicam a dissonância de vozes nas ruas do Cairo. Enquanto 90% dos islâmicos se viam melhores que há cinco anos, mais de 80% dos ligados à oposição enxergaram cenário piorado.Otimismo desabou no Egito durante gestão Mursi
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis