Ex-presidente Musharraf é indiciado por morte de ex-premiê no Paquistão
O tribunal de Rawalpindi, no nordeste do Paquistão, indiciou nesta terça-feira o ex-presidente do Paquistão Pervez Musharraf por envolvimento no atentado que causou a morte da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, em 2007.
A abertura do processo contra o ex-mandatário rompe uma regra extraoficial de que os membros do alto escalão militar não são processados pela Justiça do país. Musharraf cumpre prisão domiciliar desde abril, após ser acusado de diversos crimes, incluindo terrorismo e corrupção.
A decisão foi anunciada na presença do ex-presidente, que governou o país entre 1999 e 2008, que negou as acusações apresentadas contra ele. Além dele, outras sete pessoas são acusadas do atentado, dentre elas dois comandantes policiais que já estavam presos por relação com o ataque.
Benazir morreu em um atentado não assumido em dezembro de 2007, pouco depois de voltar ao país desde o exílio. Ela, que se opunha ao governo de Musharraf, foi morta em uma explosão durante um comício em Rawalpindi, cidade ao lado da capital Islamabad.
O julgamento, que continua na próxima semana, deve se estender por um longo período, já que, além da complexidade envolvida, esse caso põe a prova a estabilidade institucional do Paquistão e a lealdade do Exército, que até agora respeitou a ação judicial contra seu ex-chefe.
O processo judicial avançou mais desde a eleição de Nawaz Sharif como primeiro-ministro, em maio. O atual chefe de governo comandava o país há 14 anos, quando foi derrubado por Musharraf.
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