Forças de segurança fazem operação contra militantes islâmicos no Egito
As forças de segurança egípcias deram início nesta quinta-feira a uma operação para retomar o controle de uma área dominada por islamitas onde uma delegacia da polícia foi atacada no mês passado. Houve confronto armado e um oficial da polícia foi morto.
O oficial, Nabil Farrag, era assistente do secretário-geral de segurança da província de Gizé e morreu ao ser atingido por disparos. Outros quatros policiais ficaram feridos.
A operação em Kerdasa, a 14 km da capital Cairo, começou no início do dia, quando dezenas de policiais e veículos blindados foram à cidade. Trata-se da segunda tentativa do governo nesta semana para retomar o controle da área, que é palco de crescente hostilidade às autoridades desde a deposição do presidente islamita Mohammed Mursi por um golpe militar, no dia 3 de julho.
O ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, declarou à agência de notícias estatal "Mena" que a operação é uma resposta às ordens da Procuradoria Geral para prender os envolvidos no ataque com explosivos contra a delegacia de Kerdasa em 14 de agosto, que matou 11 policiais.
"As forças de segurança não irão recuar até que Kerdasa esteja limpa de todas as redes terroristas e criminosas", disse o porta-voz do ministério do Interior, Hany Abdel Latif.
De acordo com a TV estatal, os principais suspeitos do ataque à delegacia foram presos e dezenas de armas foram recolhidas. O número de suspeitos detidos chega a 41.
A polícia e o Exército controlam as ruas principais da cidade, assim como o edifício da delegacia, mas os confrontos continuam em alguns bairros.
A televisão egípcia mostrou imagens de uma troca de tiros entre os agentes e homens armados em Kerdasa e na região vizinha de Nahia, onde as ruas foram tomadas por veículos blindados militares e policiais.
A operação começou depois que na última segunda-feira as forças da ordem retomaram a cidade de Delga, localizada na província de Minya e que estava sob o controle dos islamitas.
A "Mena" informou que nesta manhã houve uma troca de tiros em Delga entre as autoridades e alguns suspeitos, mas não há vítimas.
Ataques de militantes islâmicos têm se tornado mais comuns no Egito desde a deposição de Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no país, em 2012.
Integrante da organização Irmandade Muçulmana, ele foi deposto por militares após protestos em massa que pediam o seu afastamento. As manifestações foram alimentadas pelo mau desempenho econômico e pelas acusações de que Mursi privilegiava islamitas no governo e ignorava os anseios do restante da população.
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