Países apoiam proposta de Dilma sobre internet, diz chanceler brasileiro
Um dia antes de uma reunião com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, na qual voltará a tratar da espionagem americana, o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, recolheu apoio ao discurso da presidente Dilma Rousseff, que na terça-feira, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, criticou a vigilância e pediu princípios globais para o uso da internet.
"De modo geral, todos os meus colegas têm estado muito interessados nisso e manifestado grande solidariedade. Eles têm dito que, quando a presidente falou, falou na verdade refletindo o sentimento de todos", disse a jornalistas hoje, na ONU.
De acordo com Figueiredo, que se encontrou com ministros de relações exteriores de países como Índia, Irã, Japão, Alemanha, Indonésia, Peru e outros, "há nuances, mas o entendimento de vários países é que este é um tema novo, uma agenda que se abre para as relações internacionais, um tema que seguramente ocupará a ONU nos próximos anos."
Também ontem, seus parceiros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) comunicaram apoio formal, por meio de uma nota que citou a preocupação com a soberania e a importância em contribuir para a busca de uma padronização de segurança global.
A postura segue a manifestação divulgada ontem pelo Ibas (Índia, Brasil e África do Sul).
O chanceler informou que África do Sul e Índia estão muito interessadas "em levar para frente a ideia proposta pela presidente de uma governança global, um marco civil global de governança da internet".
Já com a Alemanha, a conversa abordou a hipótese de que o Brasil apoie a iniciativa alemã na área de defesa da privacidade na internet e nas comunicações no âmbito do Conselho de Direitos Humanos, segundo ele.
Figueiredo, entretanto, evitou entrar em detalhes sobre o encontro que tem marcado com Kerry, amanhã.
"Acho que esse é um tema que foi tratado no mais alto nível, a presidente Dilma com o presidente Obama, acho que o discurso da presidente definiu exatamente a posição nossa. Vou ter uma conversa [com Kerry]. É natural que o tema surja, e o tema está naquelas bases postas pela presidenta Dilma."
Para esta sexta-feira, também estão previstos encontros bilaterais com autoridades de União Europeia, Itália, Palestina e China.
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