Câmara baixa do Parlamento da Rússia aprova anexação da Crimeia
A Câmara baixa do Parlamento da Rússia aprovou nesta quinta-feira a anexação da Crimeia ao território do país, o penúltimo passo para a completa incorporação da região autônoma ucraniana.
A votação acontece dois dias após o presidente, Vladimir Putin, assinar o tratado que anexa a península, em resposta a um referendo em que a maioria da população local decidiu voltar ao domínio da Rússia.
A decisão provocou a irritação do novo governo ucraniano e do Ocidente, que não reconhecem a consulta e consideram a anexação ilegal. O processo deverá ser completado com a ratificação do Senado, que deve acontecer na sexta (21).
A entrada da Crimeia na Federação Russa recebeu o apoio de 443 deputados da casa e um voto contrário, do deputado Ilia Ponomarev, do partido de centro-esquerda Rússia Justa. Para ele, Moscou cometeu um grave erro ao se apressar para anexar a região autônoma da Ucrânia.
Nesta quinta, o Parlamento ucraniano aprovou um documento dizendo que continuará lutando pela chamada "liberação da Crimeia". Ontem, o novo governo do país afirmou que planeja retirar suas tropas da península e pedir à ONU que a área se transforme em uma zona desmilitarizada, o que deve ser vetado pela Rússia.
Mais cedo, o governo local da Crimeia liberou o comandante da Marinha ucraniana, Serhiy Hayduk, que havia sido detido ontem para depor sobre a autorização ucraniana de usar armas contra as forças de autodefesa da região autônoma.
A libertação acontece horas depois de um ultimato dado pelo presidente ucraniano, Olexander Turchinov, às autoridades locais, sob a ameaça de tomar "medidas mais duras".
UNIÃO EUROPEIA
Enquanto isso, a chanceler alemã, Angela Merkel, ameaçou aumentar a lista de autoridades russas sujeitas a sanções da União Europeia. Já o presidente francês, François Hollande, disse que pedirá o cancelamento da cúpula entre o bloco e a Rússia, prevista para junho.
Em visita a Moscou, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mostrou sua preocupação com a crise política na Crimeia em encontro com Vladimir Putin. Em seguida, ele viaja a Kiev, onde deve se encontrar com o premiê Arseni Yatseniuk e o presidente Olexander Turchinov.
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