Dois atentados deixam um morto e ao menos 16 israelenses feridos
Um homem atropelou pedestres num ponto de ônibus em Jerusalém Oriental nesta quarta-feira (5), deixando ao menos um morto e ao menos 13 feridos. Poucas horas mais tarde, três soldados israelenses em um posto de controle na Cisjordânia foram alvo de um ataque semelhante.
O movimento radical palestino Hamas assumiu o primeiro atentado por meio de um comunicado.
Já o segundo ataque, perto da cidade de Al-Aroub e do assentamento de Etzion, não foi reivindicado até o fechamento desta edição.
Ronen Zvulun/Reuters | ||
A vítima em Jerusalém, que era um policial, chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu no hospital.
Depois do atropelamento, o motorista saiu do carro e bateu em transeuntes com uma barra de ferro, antes de ser morto pela polícia.
O autor foi identificado por Israel como Ibrahim Akari, 48. Ele tem cinco filhos e é morador do campo de refugiados de Shuafat.
Seu irmão é um dos palestinos soltos por Israel em 2011 em troca da libertação do soldado israelense Gilad Shalit.
"Ibrahim al Akari, de Jerusalém Oriental, é o heroico motorista que realizou o ataque perto de Sheikh Yarra", disse o Hamas em nota.
O Hamas qualificou o autor do atentado de "herói" e "mártir", que "insistiu em vingar [as violações na] Mesquita de al-Aqsa e a morte de outros mártires [por forças israelenses] na semana passada em Jerusalém".
Já o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, responsabilizou o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
"O abuso é o resultado direto da instigação de Abu Mazen [nome pelo qual Abbas também é conhecido]", sentenciou Netanyahu durante um evento oficial.
A polícia isolou a cena do atentado e classificou o ocorrido como um ato terrorista.
Horas antes, palestinos entraram em confronto com a polícia israelense perto da entrada da mesquita de Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental.
No último dia 22, um motorista palestino atropelou um grupo de pessoas, matando um bebê e uma mulher equatoriana.
TENSÃO
Na quinta (30), a polícia israelense também matou um palestino suspeito de ter atirado contra um um ativista israelense de extrema-direita em Jerusalém.
Após a tentativa de assassinato, Israel fechou a Esplanada das Mesquitas, local sagrado para judeus e muçulmanos, gerando críticas por parte dos palestinos.
Nos últimos meses, o bairro de Jerusalém Oriental tem sido palco de enfrentamento entre palestinos e judeus.
O governo de Israel anunciou um plano de construção de mais de 1.000 casas na região, onde a maioria dos moradores são palestinos.
Os judeus desejam que toda a cidade de Jerusalém seja declarada a capital do Estado judaico, enquanto os palestinos também querem que a cidade seja a capital de um futuro Estado palestino.
As tensões na cidade também se repetiram durante a última guerra entre Israel e o grupo radical Hamas em Gaza, entre julho e agosto.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis