Em ato contra a censura, organização libera sites bloqueados em 11 países
Dez meios de comunicação digitais, bloqueados pelas autoridades em 11 países como Cuba, China e Rússia, estão acessíveis a partir desta quinta-feira (12) graças a uma ação da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) para comemorar o dia internacional contra a censura cibernética.
Por meio de um sistema de réplica dos endereços de internet, a organização conseguiu que essas páginas, censuradas pelos governos desses países, sejam acessíveis aos internautas.
A campanha "Liberdade Colateral" pôs à disposição dos usuários de Cuba, China, Rússia, Irã, Vietnã, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, dez sites que até o momento estavam vetados pelas autoridades.
Benoit Tessier - 3.mai.2013/Reuters | ||
Ativistas da RSF colam pôsteres em Paris denunciando líderes "inimigos" da liberdade de imprensa |
SITES DESBLOQUEADOS
Os cubanos poderão consultar a página da agência independente "Hablemos Press", que graças seus correspondentes no país pôde denunciar "as violações dos direitos humanos" cometidas pelo regime, o que levou à sua censura em 2011.
Durante algum tempo, a edição digital do jornal espanhol "El País" também estará aberta na China, onde foi censurada após a publicação, em janeiro de 2014, de um relatório que revelava as contas em paraísos fiscais de funcionários próximos ao presidente, Xi Jinping.
A RSF também desbloqueou nesse país as páginas do "Mingjing News", referência do exílio chinês, e do tibetano "The Tibet Post", defensor da independência desta região.
O site "Grani.ru", bloqueado na Rússia por conta da nova lei de mídia, após sua cobertura da crise ucraniana, também será desbloqueado.
O mesmo acontecerá com o portal da agência de notícias em russo "Ferghana", que voltará ao ar no Cazaquistão, no Uzbequistão e no Turcomenistão, países onde é censurado por conta da independência de suas informações.
Inacessível no Vietnã desde 2009, foi desbloqueado o "Dan Lam Bao", site em que internautas do país compartilham opiniões.
Os iranianos, por sua vez, poderão acessar pela primeira vez desde o ano 2000 o site "Gooya News", um portal que divulga notícias da oposição e do regime, mas que é proibido no interior do país pelas autoridades.
Esse é o mesmo caso do "Gulf Center for Human Rights", organização de defesa da liberdade de expressão na região e cujo acesso a RSF permitirá nos Emirados Árabes Unidos, onde foi bloqueada em janeiro deste ano.
Criado no Bahrein em 2011, durante a Primavera Árabe, o "Barein Mirror" foi censurado um mês após sua criação e será reaberto no país e na Arábia Saudita.
'SITES EPELHOS'
A RSF destacou que para reabrir estes sites criará réplicas dos sites abrigadas em grandes servidores, como Amazon, Google e Microsoft. O eventual bloqueio desses servidores provocaria graves prejuízos econômicos às empresas dos países afetados.
"O custo do bloqueio destes 'sites espelhos' seria econômica e politicamente muito elevado para estes países inimigos de internet", afirmou a RSF, que manterá as réplicas em funcionamento durante vários meses.
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