Rivais, Arábia Saudita e Israel se unem na crítica a acordo nuclear com Irã
Rivais, os vizinhos Arábia Saudita e Israel devem se unir nas críticas ao acordo histórico entre o Irã e potências mundiais, que visa limitar o programa nuclear da República Islâmica.
Sob o acordo, sanções impostas pelos EUA, pela União Europeia e pelas Nações Unidas serão suspensas em troca de o Irã limitar a longo prazo o seu programa nuclear para que não tenha capacidade de construir uma bomba atômica.
A Arábia Saudita, cuja população segue majoritariamente o ramo sunita do islamismo, teme que o acordo aumente a influência regional de seu rival Irã, xiita.
"Como vizinhos do Irã, nós apendemos nos últimos 40 anos que a boa vontade nos levou apenas a colher uvas amargas", disse à agência de notícias Reuters uma autoridade saudita que pediu anonimato. O país não se pronunciou publicamente sobre o acordo nuclear anunciado nesta terça-feira (14).
As tensões entre a Arábia Saudita e o Irã ganham expressão no conflito no Iêmen, onde os rebeldes xiitas Houthi, apoiados pelo Irã, iniciaram uma campanha contra o governo. Em resposta, a Arábia Saudita iniciou uma intervenção militar bombardeando posições dos rebeldes.
Por sua vez, Israel disse que o acordo é um "erro histórico" e que não impedirá o Irã de desenvolver uma bomba nuclear, o que representaria uma ameaça a sua segurança.
"O Irã obterá um caminho direto para armas nucleares. Muitas das restrições que deveriam impedir que isso acontecesse serão derrubadas", disse o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Israel acusa o Irã de apoiar grupos inimigos do Estado judeu, como o Hizbullah no Líbano e o Hamas nos territórios palestinos.
Após 20 meses de difíceis negociações, representantes do Irã e do grupo chamado G+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, mais Alemanha) chegaram a um acordo definitivo que pode ajudar a reformular a tortuosa relação do Irã com o Ocidente.
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