Clérigo rival de Erdogan pede aos EUA para não ser extraditado
O clérigo opositor turco Fethullah Gülen pediu aos Estados Unidos, país onde vive desde 1999, que rejeitem os pedidos da Turquia para extraditá-lo, após ser acusado de promover a tentativa de golpe militar.
"O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mais uma vez demonstrou que fará o que for necessário para consolidar seu poder e perseguir seus críticos", disse Gülen em um comunicado divulgado na terça (19).
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O líder religioso do movimento Hizmet, Fethullah Gülen, em sua casa na Pensilvânia, nos EUA |
"Peço ao governo dos Estados Unidos que rejeite qualquer tentativa de abuso do processo de extradição para a realização de vinganças políticas."
Gülen, que se autoexilou nos Estados Unidos em 1999, nega qualquer envolvimento na tentativa de golpe de Estado contra Erdogan. "É ridículo, irresponsável e falso sugerir que tive algo com este horrível e fracassado golpe."
Ele é lider espiritual do movimento Hizmet, que promove o Islã moderado em dezenas de países e é qualificado de grupo terrorista pelo governo turco.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse na terça-feira que seu governo enviou quatro documentos aos Estados Unidos para obter a extradição de Gülen.
Quatro dias após a tentativa de golpe contra o regime de Erdogan, o governo turco realizava uma vasta operação destinada a acabar com a suposta influência do clérigo no país.
O Conselho de Ensino Superior pediu a renúncia de mais de 1.500 reitores e decanos de universidades públicas e das que estão vinculadas a fundações privadas.
Segundo um balanço da AFP, ao menos 25 mil funcionários, sobretudo policiais e educadores, foram suspensos ou destituídos de suas funções em todo o país, no âmbito da caça de "gülenistas".
Além disso, 9.322 militares, magistrados e policiais são alvos de procedimento judicial, declarou o vice-primeiro-ministro Numan Kurtulmus, sem fornecer mais detalhes.
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