Ciência debate ligação entre câncer e glifosato, pesticida mais utilizado
Fernando Vergara/Associated Press | ||
Avião fumiga pesticida em cultivo de coca em San Miguel, perto da fronteira com o Equador |
A Iarc, agência internacional de pesquisa em câncer, da OMS (Organização Mundial da Saúde), rotulou o glifosato, pesticida mais utilizado do mundo, como "provavelmente cancerígeno".
A substância foi colocada na mesma categoria que a carne vermelha e a profissão de cabeleireiro.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) publicou um parecer dizendo que seria muito pouco provável que o glifosato trouxesse risco à saúde humana, entretanto.
Na academia há trabalhos que associam a exposição ao glifosato ao aumento de linfoma, e outros que mostram as fragilidades dessa ligação.
A Iarc não define dose em que há risco para saúde. É nessa lógica que os entusiastas da molécula apostam ao defendê-la.
A Monsanto, principal fabricante, diz que seria necessário ingerir mais de 300 g de glifosato para ter 50% de chance de morrer —a dose letal seria semelhante à do sal de cozinha.
As chances de haver efeitos no longo prazo, no entanto, são mais difíceis de estimar. A FAO afirmou que apesar de o glifosato ser potencialmente cancerígeno, a quantidade residual nos alimentos seria ínfima. Entre as possibilidades de substituição ao glifosato surge o glufosinato de amônio, ainda não classificado como cancerígeno.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis