Trump pede desculpas após gravação com conteúdo sexista vir a público
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, fez algo ao qual não está acostumado: pediu desculpas.
"Disse e fiz coisas das quais me arrependo", afirmou em vídeo divulgado nesta sexta-feira (7), horas após vir à tona gravação de 2005 em que ele diz ser possível "fazer qualquer coisa" com mulheres, inclusive "pegá-las pela xoxota".
Evan Vucci - 6.out.2016/AP | ||
Donald Trump fala em comício em Sandown, New Hampshire |
Trump já estava casado com a terceira e atual mulher, a ex-modelo eslovena Melania, quando conversou com o apresentador Billy Bush, que apresentava na época o programa "Access Hollywood", da NBC –Billy faz parte do clã Bush, de onde saíram dois ex-presidentes dos EUA, Bush pai e filho, ambos avessos à candidatura do atual candidato republicano.
O jornal "Washington Post" obteve a gravação do papo e a revelou nesta sexta. Nele, dizia Trump: "Você sabe, eu sou automaticamente atraído pela beleza –simplesmente começo a beijá-las. É como um ímã. Somente beijo. Eu nem espero. E quando você é uma estrela, elas deixam você fazer isso. Você pode fazer qualquer coisa. Pegue-as pela xoxota".
O vídeo fez a campanha republicana entrar em modo de controle de danos noite adentro. O candidato está em apuros com o eleitorado feminino, que o rejeita.
Seu histórico de comentários misóginos inclui dizer que a socialite Kim Kardashian tem "um traseiro gordo", comparar a apresentadora Rosie O'Donnell a uma "porca" e afirmar que mulheres "despeitadas nunca poderiam ser uma nota dez".
"Todo mundo que me conhece melhor sabe que estas palavras não refletem que eu sou. Eu disse, estava errado e peço desculpas", afirmou o candidato que já disse, no passado, não ser muito fã de dizer que errou.
Ele prometeu, ainda, "ser um homem melhor amanhã".
Mesmo colegas republicanos de Trump o colocaram contra a parede após a divulgação da conversa.
O presidente do Partido Republicano, Reince Priebus, afirmou que o comportamento era inaceitável.
O presidente da Câmara, Paul Ryan, se disse "enojado" e cancelou o primeiro ato em dupla que faria com Trump, neste sábado (8).
A campanha do empresário anunciou que o vice de Trump, Mike Pence, irá substitui-lo no evento, em Wisconsin, terra natal de Ryan.
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