Polícia reprime estudantes em protesto por referendo contra Maduro
Policiais e estudantes venezuelanos entraram em confronto nesta segunda-feira (24) durante um protesto em uma universidade em Caracas para exigir a realização de um referendo para destituir o presidente Nicolás Maduro.
Segundo a mídia local, ao menos dois estudantes ficaram feridos após a polícia usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para impedir que a manifestação saísse do campus da Universidade Central da Venezuela em direção a uma praça.
Marco Bello/Reuters | ||
Manifestante encara policiais durante protesto contra Nicolás Maduro nesta segunda (24) em Caracas |
Protestos estudantis também foram registrados em outras partes do país nesta segunda.
Líderes opositores convocaram manifestações para quarta-feira (24) contra a decisão da Justiça venezuelana de suspender o processo de coleta de assinaturas para a realização de uma consulta pública sobre a destituição de Maduro.
Neste domingo (24), a Assembleia Nacional, controlada por adversários do chavismo, aprovou uma resolução para denunciar a suspensão do "referendo revogatório", mecanismo previsto na Constituição para consultar a população sobre a destituição de governantes.
A oposição considera que a decisão da Justiça foi um "golpe de Estado", pois teria rompido mecanismos constitucionais em prol da manutenção no poder de Maduro, que enfrenta baixos níveis de popularidade e uma grave crise econômica.
Os opositores querem que a consulta pública seja realizada antes de 10 de janeiro, para que seja convocada uma nova eleição caso Maduro seja derrotado. Se for realizada depois dessa data, assumiria o lugar do líder chavista o vice-presidente da Venezuela.
A Justiça suspendeu temporariamente o processo para a realização do referendo revogatório alegando ter encontrado fraudes na primeira etapa de coleta de assinaturas de eleitores favoráveis à consulta.
A ONG Human Rights Watch lançou um relatório nesta segunda em que expõe o resultado de uma investigação sobre a crise humanitária na Venezuela, marcada pela falta generalizada de remédios, insumos médicos e alimentos.
Federico Parra - 23.out.2016/AFP | ||
Chavistas invadiram a sessão da Assembleia Nacional que denunciou suposto "golpe de Estado" |
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