Morre aos 82 anos Roman Herzog, presidente alemão entre 1994 e 1999
Roman Herzog, presidente da Alemanha entre 1994 e 1999, morreu nesta terça-feira (10) aos 82 anos.
Advogado de formação nascido no Estado da Baviera (sul), Herzog presidiu a Corte Constitucional alemã antes de virar o primeiro chefe de Estado eleito por representantes da Alemanha unificada.
Daniel Naupold - 10.mar.2015/AFP | ||
Roman Herzog, em foto de 2015 |
Neste cargo sem papel executivo, mas que permite uma grande liberdade da palavra, causou polêmica com um vigoroso discurso em 1997, no qual incentivou os cidadãos da Alemanha a aceitar reformas sociais e econômicas.
"Devemos dizer adeus a nossos amados direitos adquiridos. Estão todos afetados, todos devem fazer sacrifícios, todos devem contribuir", afirmou, pouco anos antes das grandes reformas do Estado impostas pelo chanceler social-democrata Gerhard Schröder.
Herzog, que cresceu sob nazismo, pediu perdão aos poloneses "pelo que os alemães fizeram a eles" em 1994, por ocasião do 50º aniversário do gueto de Varsóvia.
No ano seguinte, durante o 50º aniversário da libertação de Auschwitz, escolheu assistir a cerimônia judaica no campo de concentração invés do ato oficial organizado pelo governo polonês.
O Congresso Mundial Judeu saudou nesta terça-feira a memória do ex-presidente, "grande combatente do Estado de Direito e de uma sociedade livre e tolerante", que "trabalhou muito pelo lugar da comunidade judia na sociedade civil alemã".
O atual presidente, Joachim Gauck, prestou, por sua parte, homenagem a "uma personalidade destacada, que moldou a imagem que a Alemanha tem de si mesma e a coexistência dentro da sociedade".
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