Em retaliação, Coreia do Norte expulsa embaixador da Malásia em Pyongyang
A Coreia do Norte ordenou nesta segunda-feira (6) a expulsão do embaixador da Malásia como represália à de seu diplomata, que já abandonou Kuala Lumpur, anunciou a agência oficial KCNA.
"O ministério das Relações Exteriores [da Coreia do Norte] anuncia que o embaixador da Malásia é persona non grata (...) e exige sua partida nas próximas 48 horas", informou a KCNA, em meio à crise diplomática entre os dois países depois do assassinato do meio-irmão do ditador norte-coreano Kim Jong-un no aeroporto de Kuala Lumpur.
Pyongyang rejeita a atuação malasiana no caso e, segundo o embaixador da Coreia do Norte expulso da Malásia, pouco antes de abandonar o país, a investigação feita não é imparcial. "As investigações estiveram mal orientadas pela polícia malasiana", afirmou, pouco antes de deixar o país.
"Realizaram uma autópsia sem consentimento e sem a participação da embaixada da Coreia do Norte, e detiveram mais tarde um cidadão norte-coreano sem uma prova inquestionável de seu envolvimento no incidente", disse Kang Chol no aeroporto internacional de Kuala Lumpur.
Jung Yeon-Je/AFP | ||
Pessoas assistem em Seul à notícia sobre morte de Kim Jong-nam, irmão do ditador norte-coreano |
O embaixador norte-coreano foi declarado persona non grata no sábado (4) pelo governo malasiano, depois de ter exigido que Pyongyang se desculpasse pelas críticas que colocavam em xeque a imparcialidade da investigação.
A Coreia do Norte rejeitou as conclusões da autópsia de Kim Jong-nam e insiste que a vítima —identificada pelo regime norte-coreano apenas como um cidadão com passaporte diplomático da Coreia do Norte— morreu por um ataque cardíaco.
A autópsia realizada pela Malásia confirmou que o irmão mais velho de Kim Jong-un foi morto pelo gás VX, uma poderosa arma de destruição em massa banida em um tratado da ONU —não assinado pela Coreia do Norte.
A Malásia acusou por homicídio as duas mulheres presas dias após o crime, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur. Um terceiro suspeito, norte-coreano, será libertado nesta quarta-feira por falta de provas.
Segundo a agência de inteligência da Coreia do Sul, o vizinho do norte planejou a morte de Kim Jong-nam, que era crítico ao regime do irmão.
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