Ao menos 46 pessoas morrem em deslizamento de lixo na Etiópia
Elias Meseret/Associated Press | ||
Polícia protege o perímetro do lixão onde escavadeiras trabalham buscando sobreviventes |
Pelo menos 46 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um enorme deslizamento de lixo em um dos principais aterros sanitários da Etiópia, na periferia da capital Addis Ababa.
O deslizamento ocorreu no sábado (11) à noite. Uma enorme montanha de lixo deslizou, carregando 30 barracos de pessoas que viviam no aterro sanitário de Koshe, indicou à AFP Dagmawit Moges, um porta-voz da prefeitura de Addis Ababa.
Moges explicou que a maioria das vítimas eram catadores que vasculhavam incansavelmente as montanhas de lixo em busca de objetos com algum valor.
"O número de vítimas ainda deve aumentar", afirmou, explicando que o deslizamento atingiu uma área "relativamente grande". O aterro se estende por mais de 30 hectares.
Testemunhas e sobreviventes entrevistados pela AFP afirmaram que um bloco da maior montanha de lixo se desprendeu, carregando as moradias improvisadas do aterro de Koshe, que significa "sujeira" na gíria amárico, a principal língua do país.
"Quando isso aconteceu, ouvimos um barulho alto, e quando saímos, vimos um tornado que vinha em nossa direção", relatou Suleiman Abdullah, cujo abrigo construído com pedaços de madeira e plástico foi destruído no incidente.
"Algumas pessoas nos ajudaram e minha família conseguiu sair antes da destruição", acrescentou Abdullah.
O aterro sanitário de Koshe existe há mais de 40 anos e é um dos maiores nos arredores de Addis Ababa. Moradores atribuem a tragédia ao trabalho de nivelamento no local.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis