O Tribunal de Justiça da União Europeia declarou nesta terça-feira (14) que empresas podem proibir seus funcionários de utilizar "símbolos religiosos visíveis" dentro das organizações.
Esta é a primeira decisão do tribunal na questão do uso de véus islâmicos em ambiente de trabalho.
A corte julgou o caso de duas mulheres, da França e da Bélgica, que foram demitidas por se recusarem a tirar seus véus no trabalho.
"Uma regra interna que proíbe o uso de símbolos políticos, ideológicos ou religiosos não constitui discriminação direta", declarou o tribunal.
Para a corte, a proibição do véu em locais de trabalho não constitui discriminação, desde que o veto seja generalizado para outros símbolos religiosos.
A corte, porém, fez uma ressalva: a decisão de proibir o uso do véu não pode ser resultado de exigências de consumidores.
O uso do véu islâmico é alvo de polêmica em vários países da Europa.
No ano passado, algumas cidades turísticas da França proibiram o uso de burquíni, tipo de maiô que cobre a cabeça. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recentemente defendeu a proibição do uso de véu islâmico em todos os locais públicos no país.
O debate sobre o uso de símbolos islâmicos também deve marcar as eleições na Holanda, que serão realizadas nesta quarta-feira (15). O candidato da extrema-direita, Geert Wilders, defende o fechamento de mesquitas e a proibição do Alcorão no país.
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