Em Israel, Trump diz que Irã jamais deve ser autorizado a ter arma nuclear

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente americano, Donald Trump, atacou diretamente o Irã nesta segunda-feira (22) no primeiro dia de sua visita a Israel, enquanto observou uma "rara oportunidade" na convergência de interesses entre os países árabes e Israel frente à República Islâmica e o extremismo.

"Os Estados Unidos e Israel podem afirmar a uma só voz que o Irã jamais deve possuir uma arma nuclear –jamais– e deve parar o financiamento, treinamento e equipamento de terroristas e milícias", declarou Trump algumas horas depois de chegar a Israel.

"Deve parar imediatamente", acrescentou durante um breve discurso depois de conversas em Jerusalém com seu colega israelense Reuven Rivlin, três dias depois da reeleição do moderado Hassan Rowhani à presidência do Irã.

Apesar da escolha "de entendimento com o mundo" feita pelos iranianos segundo Rowhani, este último rapidamente voltou a ser pressionado pelos Estados Unidos.

Em Israel, Trump encontra um país profundamente preocupado com a influência regional do Irã, seu apoio a organizações como o Hezbollah, um dos grandes inimigos de Israel, e suas atividades nucleares.

"Para poder sonhar, devemos ter certeza de que o Irã está longe, muito longe de nossas fronteiras, longe da Síria, do Líbano", declarou Rivlin a Trump.

Em resposta ao presidente americano, Hassan Rowhani declarou que seu país continuará, "enquanto houver necessidade, a realizar testes de mísseis". Ele rejeitou ainda as acusações de apoio ao terrorismo, assegurando que "aqueles que lutam contra os terroristas são os povos iraquiano, sírio. Os conselheiros militares iranianos os ajudam (...) e vão continuar a ajudá-los".

LAÇOS INDESTRUTÍVEIS

Logo após chegar a bordo do primeiro voo direto entre Arábia Saudita e Israel, Trump exaltou os "laços indestrutíveis" entre Israel e os Estados Unidos.

Após a cúpula dos líderes árabes na Arábia Saudita e antes das da Otan e do G7 nos próximos dias, ele evocou uma ampla convergência de interesses na luta contra o extremismo que, segundo ele, oferece "uma rara oportunidade" para a paz na região.

"Nos seus vizinhos árabes, percebemos cada vez maisq ue há uma causa comum com vocês (face) a ameaça representada pelo Irã", disse ele.

Ele deixou claro que esta "oportunidade rara" também valia para o conflito israelense-palestino.

"Posso dizer-lhe que gostaríamos de ver Israel e os palestinos em paz", afirmou.

Trump chegou precedido por sua intenção proclamada de presidir um dia um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

'IRANOFOBIA'

Também nesta segunda, o Irã acusou os EUA nesta de vender armas para "terroristas perigosos" no Oriente Médio e de propagar "iranofobia" para encorajar Estados árabes a comprar armas, informou uma TV estatal iraniana.

"Mais uma vez, por meio de suas alegações repetitivas e sem fundamento sobre o Irã, o presidente norte-americano... tentou encorajar os países da região a comprar mais armas ao propagar iranofobia", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Bahram Qassemi, um dia depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, terminar uma visita ao principal inimigo de Teerã, a Arábia Saudita, onde acordos de armamento de quase 110 bilhões de dólares foram assinados.

Enviando uma mensagem dura à Teerã logo após a reeleição do pragmático Hassan Rowhani como presidente, Trump pediu que líderes árabes e islâmicos se unam para derrotar militantes islâmicos, e disse que o Irã tinha por décadas "alimentado o fogo de conflitos e terrores sectários".

Qassemi disse que Washigton está "reanimando terroristas na região por meio de suas políticas hostis" e que "deve parar se vender armas para terroristas perigosos".

Ele disse que os Estados Unidos e seus aliados "devem saber que o Irã é um país democrático, estável e poderoso" e que promove "paz, boa vizinhança e a criação de um mundo oposto à violência e ao extremismo".

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