Premiê do Canadá pede que papa reconheça violações da Igreja no país
Sean Kilpatrick/Associated Press | ||
O premiê do Canadá, Justin Trudeau (à esq.), encontra o papa Francisco no Vaticano |
O premiê do Canadá, Justin Trudeau, visitou o papa Francisco nesta segunda-feira (29) e convidou o pontífice a visitar o país e pedir desculpas por violações cometidas contra populações indígenas em escolas administradas pela Igreja Católica no país no passado.
"Eu falei com ele sobre quão importante é para os canadenses avançar na reconciliação verdadeira com os povos indígenas e ressaltei que ele poderia ajudar ao pedir perdão", afirmou Trudeau após reunir-se com o papa no Vaticano.
Desde o fim do século 19, cerca de 150 mil crianças indígenas –número que corresponde a 30% da população infantil dos povos originários– passaram pelas chamadas "escolas residenciais", em uma campanha do governo para tentar apagar suas culturas tradicionais.
Por mais de um século, as escolas foram financiadas pelo governo, mas muitas eram administradas por agremiações cristãs, majoritariamente a Igreja Católica. Muitas crianças foram abusadas psicológica e fisicamente.
Em 2015, um relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação do Canadá afirmou que, ao separar as crianças indígenas de suas famílias, as escolas promoviam "genocídio cultural" e que a Igreja tinha responsabilidade nesse processo.
De acordo com bispos canadenses, o papa deve visitar o país em 2018.
Na semana passada, o papa recebeu Donald Trump e pediu que o líder americano seja um "pacificador". Em ocasiões anteriores, o pontífice havia criticado o republicano por sua postura belicosa.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis