Líder do Kuait visita Arábia Saudita para tentar mediar crise com Qatar

Crédito: AFP Prédios na região central de Doha, a capital do Qatar
Prédios na região central de Doha, a capital do Qatar

DE SÃO PAULO

O emir do Kuait viajará nesta terça-feira (6) para a Arábia Saudita para tentar mediar a crise diplomática entre aliados árabes e o Qatar, que teve seus laços com países da região rompidos na segunda após ser acusado de financiar terroristas e de apoiar o Irã.

Chefe de Estado do Kuait, o emir Sheikh Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah se reunirá com o rei Salman, da Arábia Saudita, país que liderou a iniciativa de isolamento do Qatar. A decisão abriu a mais grave crise diplomática no golfo Pérsico desde a guerra contra o Iraque, em 1991.

Além da Arábia Saudita, romperam relações diplomáticas com o país os governos de Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Iêmen. As Maldivas, um arquipélago localizado no oceano Índico, e o governo da Líbia sediado no leste do país —que não é reconhecido internacionalmente— também se uniram no boicote ao Qatar.

O Qatar rejeitou o rompimento, que chamou de "injustificável" e "sem fundamento", e viu com bons olhos a iniciativa de mediação do Kuait. O chefe do Estado do Qatar, Tamim bin Hamad Al-Thani, conversou com seu colega do Kuait por telefone à noite sobre a crise.

O chanceler Mohammed bin Abdulrahman al-Thani disse à emissora qatariana Al Jazeera que o país quer dar ao emir do Kuait o poder de "proceder e comunicar com as partes na crise e tentar conter o problema".

Em uma escalada da crise, a Jordânia anunciou na tarde desta terça-feira que irá "reduzir presença diplomática" no Qatar e que cancelou o registro local da Al Jazeera, o que implica no fechamento do escritório jordaniano da emissora.

Segundo o porta-voz do governo jordaniano, Mohammed Momani, a decisão foi tomada para assegurar a estabilidade regional, coordenando as políticas dos países árabes, e para "acabar com a crise em nossa região".

TRUMP

Nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lembrou de sua recente visita à Arábia Saudita —em que pediu a líderes regionais que cortem o apoio a terroristas —, insinuando que o rompimento com o Qatar é resultado de seus esforços.

"Durante minha recente visita ao Oriente Médio eu afirmei que não pode mais haver financiamento para ideologias radicais. Líderes apontaram para o Qatar —veja!", disse Trump.

Na segunda-feira (5), o Departamento de Estado americano havia reagido à crise diplomática no Golfo com comedimento, pedindo aos países que permaneçam unidos —Washington é aliado da Arábia Saudita e do Qatar.

Os Estados Unidos têm especial interesse no Qatar, onde mantêm sua maior base aérea no Oriente Médio. A instalação é essencial para os ataques aéreos liderados por Washington contra a milícia terrorista Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

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