Qatar rejeita exigências 'irrazoáveis' de países do Golfo para resolver crise
AFP | ||
Prédios na região central de Doha, a capital do Qatar |
O Qatar rejeitou neste sábado (24) as exigências "irrazoáveis" e "não factíveis" apresentadas na véspera por países do Golfo para pôr fim à crise diplomática na região.
A Arábia Saudita e aliados regionais haviam apresentado ao Qatar uma lista com 13 exigências para levantar o bloqueio diplomático e comercial imposto em 5 de junho contra o país. Dentre os pedidos, estão o fim das relações com o Irã, o encerramento da emissora Al Jazeera e o fechamento de uma base militar que a Turquia mantém no país.
Saif al-Thani, porta-voz do governo do Qatar, disse que o país está "revendo as exigências em respeito à segurança regional" e que a lista não cumpre os critérios de razoabilidade e factibilidade.
Também neste sábado, o chanceler dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, disse que o objetivo do boicote ao Qatar é "mudar o comportamento" do país e que se se as exigências não forem cumpridas pode haver um corte total de relações, inclusive no âmbito de organizações regionais.
Impulsionada pela Arábia Saudita, a decisão de romper laços diplomáticos e comerciais foi seguida por Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Iêmen. As Maldivas, um arquipélago localizado no oceano Índico, e o governo da Líbia sediado no leste do país –que não é reconhecido internacionalmente– também se uniram no boicote. O Kuait assumiu um papel intermediário, buscando mediar a crise diplomática.
Ao romper com o Qatar, os regimes da região acusaram o país de apoiar organizações como Al Qaeda, Estado Islâmico e Irmandade Muçulmana, grupo considerado "terrorista" pelo Egito e os países do Golfo.
Além disso, esses países viam com maus olhos a recente aproximação do Qatar com o Irã, grande rival religioso e econômico da Arábia Saudita.
Historicamente, o Qatar ocupa um lugar à parte na região, com sua própria política regional. Analistas externos veem o boicote ao Qatar como uma tentativa de barrar a crescente autonomia do país e reinseri-lo na esfera de influência saudita.
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