Crítico de Trump, chefe de escritório de ética do governo dos EUA renuncia

DA ASSOCIATED PRESS

Crítico do governo Trump, o diretor do Escritório de Ética Governamental dos EUA, Walter Shaub, renunciou ao cargo, confirmou nesta quinta-feira (6) a Associated Press.

Shaub irá para o Centro Jurídico de Campanha, uma ONG em Washington que tem como foco violações da lei de financiamento de campanhas eleitorais. Ele assumiu o comando do escritório em 2013, indicado pelo então presidente Barack Obama.

O mandato de Shaub acabaria no próximo ano. Em sua carta de renúncia ao presidente Donald Trump, com data desta quinta-feira, Shaub afirma que os funcionários que liderou "estão comprometidos em proteger o princípio de que o serviço público é uma confiança pública".

Logo após a vitória de Trump na eleição de 2016, Shaub confrontou advogados do presidente sobre eventuais conflitos de interesse do futuro presidente e suas empresas. A disputa se desenrolou durante oito meses em tuítes do Escritório de Ética Governamental, cartas entre ambas as partes e respostas do escritório a pedidos do Congresso.

Quando Trump, em janeiro, deixou claro que ele não iria se desfazer de seu império empresarial global para evitar conflitos de interesse, Shaub afirmou que o plano de Trump para manter o controle das Organizações Trump enquanto transferia a liderança para seus filhos "não era compatível com os padrões" de quatro décadas de presidentes americanos.

"Ficou claro para mim que são necessárias mudanças para fortalecer o programa de ética do Poder Executivo", disse Shaub nesta quinta.

Ele informou ainda que seu trabalho no Centro Jurídico da Campanha se concentrará na ética do governo, inclusive a nível do Congresso e do Estado. Ele disse que trabalhará de fora para fortalecer um programa de ética do Poder Executivo, projetado para ajudar milhares de funcionários federais a evitar conflitos de interesse.

No mês passado, o escritório divulgou um relatório que detalha os negócios de Trump. Entregue voluntariamente pelo órgão ao presidente, o documento descreve a situação das empresas de Trump de janeiro de 2016 até agora, mas não fornece uma imagem exata do seu patrimônio líquido.

O relatório adquire importância na medida em que Trump não seguiu a longa tradição de divulgar seu Imposto de Renda aos americanos.

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