Maduro convoca servidores públicos a votar para Assembleia Constituinte
Presidência da Venezuela - 1º.jun.2017/Reuters | ||
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro |
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou que todos os servidores públicos votem na eleição para a Assembleia Constituinte.
"Se há 15 mil trabalhadores, todos os 15 mil trabalhadores devem votar sem desculpas", disse maduro em comício no Estado de Bolívar na noite de quinta-feira (6). "Empresa por empresa, ministério por ministério, governo estadual por governo estadual, prefeitura por prefeitura, iremos todos votar para a Assembleia Constituinte."
Os cerca de 2,8 milhões de servidores públicos da Venezuela, uma parte considerável da população de aproximadamente 30 milhões de habitantes, muitas vezes são obrigados a comparecer a eventos do governo, e alguns dizem já estarem sendo pressionados a votar em 30 de julho.
"Isto é uma loucura. (Eles estão dizendo que) os trabalhadores que não votarem serão demitidos", disse um funcionário da petroleira estatal PDVSA, pedindo para se manter anônimo por não ter autorização para falar com a mídia. "Vou votar, mas nulo. Não vou votar em nenhum destes malucos para a assembleia."
A oposição pretende boicotar o voto, marcado para o dia 30, por considerar que a forma de escolha dos delegados da Constituinte é antidemocrática. Eles planejam um plebiscito informal no dia 16 de julho sobre o governo Maduro.
Muitos rostos familiares do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) irão concorrer à Constituinte, entre eles a ex-chanceler Delcy Rodríguez e o número dois do partido, Diosdado Cabello. A esposa e o filho de Maduro também estão concorrendo.
A oposição diz que a pressão de Maduro sobre os trabalhadores é mais um sinal de que ele está violando a democracia, e querem que ele concorde com eleições para substituí-lo devido a uma recessão econômica brutal que está impedindo muitos venezuelanos de terem acesso a alimentos e remédios básicos.
Em maio, Maduro anunciou a convocação da Constituinte sob o pretexto de superar a crise política no país. Há três meses, adversários do governo convocam protestos praticamente diários, os quais já deixaram mais de 90 mortos.
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