Uma pessoa é morta em plebiscito simbólico na Venezuela
Ariana Cubillos/Associated Press | ||
Homem usa óculos com bandeira da Venezuela durante a consulta não-oficial deste domingo (16) |
Pelo menos uma pessoa foi morta e três ficaram feridas neste domingo (16) durante a consulta popular organizada pelos opositores ao governo de Nicolás Maduro, na capital Caracas.
Carlos Ocariz, porta-voz da coalizão oposicionista União Democrática, afirmou que atiradores "paramilitares" apareceram durante a tarde no bairro de Catia, em Caracas, onde milhares de pessoas participavam de um evento de oposição ao governo.
Segundo Ocariz, o grupo atacou eleitores às 3 da tarde (horário local, 16h em Brasília). A Promotoria informou que o nome da vítima é Xiomara Escot, mas não deu mais detalhes.
Um vídeo postado em redes sociais mostra uma aglomeração de eleitores na frente da igreja de Nossa Senhora de Carmen, na capital venezuelana, seguida por pessoas correndo em pânico enquanto os responsáveis pelo tiroteio passavam de moto.
Maduro não mencionou o incidente em discurso em um canal de televisão estatal, logo após o fim da consulta, mas pediu o fim da violência, que atribuiu a grupos opositores.
"Peço a oposição que retomemos a paz, o respeito à Constituição, que sentem e conversem", afirmou. "Vamos iniciar uma nova de diálogo."
A Unidade Democrática, coalizão oposicionista com cerca de 20 partidos, imprimiu 14 milhões de cédulas de votação. Analistas dizem que, se o comparecimento chegar a oito milhões, a pressão sobre o governo deve crescer.
Pesquisas apontam que cerca de 20% da população aprova a ideia de substituir a Constituição de 1999, escrita durante o governo de Hugo Chávez.
O plebiscito simbólico foi convocado pelos grupos de oposição a Maduro e consultam a população sobre questões como eleições antecipadas, se as Forças Armadas devem defender a Constituição e se há rejeição à Assembleia Constituinte, convocada em maio.
Maduro afirma que a consulta é ilegal. Há mais de 2 mil locais de votação na Venezuela e em outros países, como o Brasil.
A Venezuela é palco de protestos que, desde abril, já deixaram 95 mortos. O país passa por uma das piores crises econômicas de sua história, com inflação alta e escassez de produtos.
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