Impasse sobre lei da saúde nos EUA cresce após proposta ser derrubada

ISABEL FLECK
DE WASHINGTON

O caminho para a aprovação pelo Senado de uma proposta para substituir a reforma de saúde implementada por Barack Obama se mostra complicado após duas derrotas da liderança republicana em menos de 24 horas.

Nesta quarta (26), os senadores rejeitaram, por 55 votos a 45, projeto que previa a revogação de pontos-chave do programa de saúde de Obama sem plano substituto.

Na noite de terça (25), nove senadores republicanos se opuseram ao plano apresentado pelo líder da maioria na casa, o correligionário Mitch McConnell, para substituir o chamado Obamacare, junto com uma proposta feita pelo senador Ted Cruz. Os textos obtiveram 43 votos (57 votaram contra).

A liderança republicana não teve nem tempo de comemorar a apertada vitória da tarde de terça (25), quando o Senado aprovou o início dos debates sobre uma proposta para substituir o atual programa de saúde. Na ocasião, o vice-presidente, Mike Pence, usou sua prerrogativa de desempatar o voto.

Os democratas, que são minoria no Senado, no entanto, também tiveram uma derrota nesta quarta. Por 52 votos contra 48, foi recusada uma emenda, apoiada pela oposição que pedia que o debate voltasse do plenário à Comissão de Finanças do Senado.

Ainda há dois textos para serem votados, enquanto o debate sobre uma alternativa que agrade a maioria prossegue. Um deles prevê uma revogação de menos pontos do Obamacare —como a obrigatoriedade para indivíduos e empresários de pagar por planos de saúde—, mantendo a expansão do Medicaid (sistema público voltado à população mais pobre).

O outro é uma emenda que mantém o aumento de impostos para os mais ricos e prevê que os Estados usem o dinheiro arrecadado para seus próprios programas de saúde.

Mesmo se todas as propostas forem recusadas, o debate deve prosseguir até que os líderes republicanos consigam o apoio de pelo menos 50 dos 52 senadores do partido na casa, como ocorreu na votação para abrir os trabalhos. Neste caso, Pence teria que intervir de novo com seu voto.

A opção para McConnell agora é buscar uma versão "reduzida" do projeto que foi rejeitado na noite de terça.

Mesmo assim, não há garantia de aprovação. Sete senadores republicanos que estão na conta dos 50 que votaram a favor da abertura do debate, como John McCain, se opuseram ao texto original de McConnell na noite de terça.

Nesta quarta, Trump passou a atacar senadores republicanos que votaram contra a abertura do debate e contra a proposta de McConnell, como Lisa Murkowski.

"Senadora @lisamurkowski do Grande Estado do Alasca realmente decepcionou os republicanos e o nosso país ontem [terça]. Muito ruim!"

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