Colômbia envia carta de protesto por suposta invasão militar da Venezuela
A Colômbia enviou uma carta de protesto à Venezuela após dois incidentes em que a Guarda Nacional teria cruzado no fim de semana a fronteira entre o Estado venezuelano de Zulia e o departamento colombiano de La Guajira.
A correspondência foi entregue na noite de segunda-feira (28) à embaixada da Venezuela em Bogotá, em resposta à suposta invasão de guardas nacionais venezuelanos à cidade fronteiriça de Maicao, no último sábado (26).
Segundo o governador de La Guajira, Weildler Guerra, as forças de Nicolás Maduro entraram na cidade atirando para o alto e disparando bombas de gás lacrimogêneo e, na sequência, roubaram celulares e dinheiro dos moradores.
Apesar do protesto, as invasões ao lado colombiano teriam voltado a ocorrer nesta terça (29). Durante a manhã, dois helicópteros —um do governo de Zulia e outro da Guarda Nacional— sobrevoaram o povoado de Paraguachón.
Moradores do lado colombiano também denunciam que milícias do povoado venezuelano de Guarero teriam ameaçado invadir. A Chancelaria colombiana pediu ao Ministério da Defesa e ao Exército locais informações sobre os casos.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, negou que as forças tenham cruzado a fronteira. Para ele, o existe "uma série de provocações que podem estar tentando criar um falso positivo [uma invasão]".
Dentre eles, citou um confronto entre militares venezuelanos e paramilitares colombianos no Estado de Táchira, ao sul de Paraguachón, na segunda (28), em que cinco invasores foram mortos e dois militares ficaram feridos.
As supostas invasões à Colômbia devem acirrar a tensão entre Maduro e o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, um dos principais críticos do chavista na região. Para Santos, a Venezuela está a caminho de uma ditadura.
Ele permitiu a passagem e ofereceu asilo político à chavista dissidente Luisa Ortega Díaz, procuradora-geral deposta pela Assembleia Constituinte, e a seu marido, o deputado Germán Ferrer, que deixaram a Venezuela e são considerados foragidos por Caracas.
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