O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, 79, deixou na noite desta quinta-feira (4) uma clínica médica de Lima onde estava há 12 dias. Durante a internação ele recebeu um polêmico indulto dado pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski.
O ex-presidente deixou a clínica em uma cadeira de rodas e acenou a um grupo de partidários que aguardavam a sua saída.
Fujimori foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão por cometer crimes de direitos humanos e por corrupção em sua gestão (1990-2000). O perdão aconteceu quando Kuczynski encarava um processo de impeachment e precisava dos votos de Kenji Fujimori, filho do ex-presidente, para se salvar.
Ao conceder o perdão, o presidente não admitiu a troca pelo voto e justificou a ação dizendo estar "convencido de que aqueles de nós que se sentem democráticos não devem permitir que Alberto Fujimori morra na prisão, porque a justiça não é vingança".
CRIMES NÃO JULGADOS
O indulto concedido por PPK perdoa Fujimori também dos crimes pelos quais ainda estava sendo julgado. Entre eles, o massacre de Pativilca, em que foram assassinadas seis pessoas, supostamente executado por um esquadrão sob seu comando, e os casos de mais de 200 mil mulheres esterilizadas sem consentimento em um programa de "planejamento familiar".
Quanto a esse último, a Procuradoria já tinha provas de que o Ministério da Saúde, na gestão Fujimori, tinha que cumprir metas de mulheres esterilizadas por mês.
O presidente, na época, defendia seu programa de "planejamento familiar" como forma de reduzir o índice de pobreza no país.
O indulto de PPK deixa ambos os casos inconclusos.
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