DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se descreveu neste sábado (6) como um "gênio muito estável" após a publicação de um livro que questiona a sua capacidade de trabalho provocar grande repercussão no país norte-americano.

O livro "Fire and Fury" (fogo e fúria, em tradução literal), do jornalista Michael Wolff, tem relatos de assessores que descrevem Trump como inseguro e pouco informado, além de tornar públicas críticas de integrantes do governo ao líder americano. Neste sábado, a obra, que retrata uma Casa Branca caótica e teve o lançamento antecipado para a véspera, era a mais vendida da Amazon após provocar filas em livrarias e esgotar em algumas.

"Ao longo da minha vida, os meus dois maiores recursos têm sido a estabilidade mental e a inteligência", rebateu Trump nas redes sociais. "Eu acho que eu seria qualificado não como inteligente, mas como um gênio... e um gênio muito estável."

A obra irritou o presidente, que já havia questionado a veracidade das informações no livro. Antes, Trump tentara proibir a sua circulação ao ameaçar a editora com uma ação judicial caso o lançamento não fosse suspenso, mas o livro acabou ganhando ainda mais notoriedade.

O presidente alega que membros do Partido Democrata e da mídia tentam associá-lo a Ronald Reagan (1981-89), que teve mal de Alzheimer.

Neste sábado, o autor Michael Wolff alimentou a polêmica e disse que o livro pode derrubar Trump do cargo.

"O livro parece mostrar a Presidência de uma forma como se ele [Donald Trump] não pudesse fazer o seu trabalho", disse Wolff à rádio BBC. "Esse é o pano de fundo da percepção e do entendimento que finalmente encerrará esta presidência."

"Eu acho que um dos efeitos interessantes do livro até agora é a percepção de que 'o rei está nu'", afirmou Wolff.

O autor disse que fez centenas entrevistas com membros do governo e da campanha de Trump. Ele teve livre acesso à Casa Branca nos primeiros meses do governo, sob autorização do ex-estrategista Steve Bannon, que foi demitido em agosto de 2017, por seu laço com organizações racistas. A Casa Branca classificou a obra como "fofoca".

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