Chile tem ataques contra igrejas às vésperas de visita de papa Francisco

Crédito: Esteban Felix/Associated Press O vice-ministro do Interior do Chile, Aleuy Mahmud (centro), deixa a igreja Santa Isabel de Hungria, atacada em Santiago (Chile)
O vice-ministro do Interior do Chile, Aleuy Mahmud (centro), deixa a igreja Santa Isabel de Hungria, atacada em Santiago (Chile)

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Quatro igrejas católicas foram atacadas com bombas caseiras nesta sexta-feira (12) em Santiago, a três dias da chegada do papa Francisco ao país. Um quinto artefato foi encontrado antes de detonar.

O primeiro dos ataques com artefato incendiário ocorreu na comuna de Estação Central e atingiu a paróquia Santa Isabel da Hungria, onde foi encontrado um panfleto com uma mensagem contra o pontífice: "Papa Francisco, as próximas bombas serão na sua batina".

Ninguém ficou ferido nos ataques, que causaram danos pequenos. As demais igrejas afetadas se encontravam nas regiões de Recoleta, Peñalolén e Villa Portales.

O Vaticano não se pronunciou. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse que "em uma democracia, as pessoas podem se expressar desde que seja de maneira pacifista".

O papa chega ao Chile na segunda-feira (15). Uma missa em Santiago deve reunir 500 mil pessoas.

Segundo a Promotoria Metropolitana Sul, a cargo das investigações, os fatos estariam relacionados e teriam sido coordenados pelo Movimento Juvenil Lautaro (MJL), segundo o jornal chileno "El Mercurio".

O movimento é acusado de ter sido autor de ataques semelhantes contra sedes políticas em novembro e dezembro do ano passado, antes das eleições presidenciais chilenas.

O MJL é um grupo de esquerda nascido nos anos 1980 que estaria se rearticulando e operando principalmente na capital do Chile.

"Sem dúvida são ações de caráter violento que estão destinadas a intimidar as pessoas e de alguma forma dão conta de uma forma inadequada de convivência de alguns grupos que, através dessas ações, querem manifestar seu rechaço a algumas pessoas e credos religiosos", afirmou Raúl Guzmán, chefe da Promotoria Metropolitana Sul.

Quanto à ameaça feita ao papa, disse que é "uma ação preocupante". "Chile vai receber a visita não só do papa, mas de um chefe de Estado, e nesse contexto esperamos que não ocorra nenhum desses fatos, mas todas aquelas tarefas preventivas estão a cargo das polícias e manejam a informação necessária para ver a verossimilhança e a seriedade dessas ameaças."

Os artefatos usados nos ataques são parecidos: constam de um extintor com pólvora, um sistema de relojoaria e um recipiente de líquido acelerante, ainda de acordo com "El Mercurio".

A tipo de gráfica usado nos panfletos também está sendo investigado.

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