Governo Trump decide cortar verba de agência da ONU que auxilia palestinos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Departamento de Estado americano anunciou nesta terça-feira (16) que vai cortar US$ 65 milhões (R$ 210 milhões) da verba que o país dá para a agência da ONU que cuida de refugiados palestinos.

O valor representa um pouco mais da metade do aporte de US$ 125 milhões (R$ 404 milhões) que o governo dos EUA deveria dar para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês).

Assim, o órgão receberá agora US$ 60 milhões (R$ 194 milhões). Segundo o Departamento de Estado, a disponibilidade dos US$ 65 milhões está condicionada a uma série de reformas na agência —os Estados Unidos não especificaram quais seriam essas mudanças.

O corte acontece duas semanas após o presidente Donald Trump questionar publicamente a verba dada pelo país para ajudar os palestinos.

"Nós pagamos aos palestinos centenas de milhões de dólares por ano e não recebemos agradecimentos ou respeito. Mas se os palestinos não querem mais participar das conversas de paz, por que devemos fazer esses pagamentos expressivos no futuro?", disse o presidente no dia 2.

Segundo a agência de notícias Associated Press, o corte foi sugerido pelos secretários de Estado, Rex Tillerson, e de Defesa, James Mattis, em oposição a uma proposta defendida pela embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, que previa o corte completo da verba.

Os dois secretários temiam que um corte total aumentasse a crise na região e prejudicasse aliados dos americanos, como a Jordânia, onde vivem muitos palestinos.

Em 2017 os Estados Unidos deram US$ 355 milhões (R$ 1,1 bilhão) para a UNRWA e a expectativa era de que o país disponibilizasse um valor semelhante em 2018, sendo a primeira parcela de US$ 125 milhões.

Com o corte nesse primeiro pagamento, não está claro ainda o que acontecerá com o restante da verba.

A UNRWA é responsável por prestar auxílio aos cerca de cinco milhões de refugiados palestinos espalhados pela faixa de Gaza, Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia.

CRÍTICAS

A decisão americana recebeu uma série de críticas de entidades que atuam na região. Wasel Abu Youssef, da Organização para a Libertação da Palestina, disse que a medida mostra um esforço deliberado do governop americano para negar direitos aos palestinos.

Para ele, o corte nas verbas está ligado a decisão americana anunciada em 6 de dezembro de reconhecer Jerusalém como capital de Israe, que causou uma série de protestos entre os palestinos.

O secretário-geral da ONU Antonio Guterres disse não ter sido informado oficialmente do corte, mas se disse "muito preocupado" com a notícia e afirmou que o trabalho da agência funciona como um fator de estabilidade na região.

Já Pierre Krähenbühl, que comanda a UNRWA, aifrmou em nota que o corte "ameaça uma das mais bem sucedidas e inovadoras ações de desenvovilemto humano no Oriente Médio."

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