'Fake news' começou com serpente e Eva no jardim do Éden, diz o papa

Crédito: Andrew Medichini/AP Papa Francisco toma chimarrão após audiência na praça São Pedro, no Vaticano
Papa Francisco toma chimarrão após audiência na praça São Pedro, no Vaticano

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O papa Francisco condenou nesta quarta-feira o "mal" das fake news, as notícias falsas, dizendo que jornalistas e usuários de redes sociais devem rejeitar e desmascarar "táticas de serpente" manipuladoras que fomentam a divisão para servir a interesses políticos e econômicos.

"Notícias falsas são um sinal de atitudes intolerantes e hipersensíveis e levam apenas a difusão de arrogância e ódio. Esse é o resultado final da mentira", disse Francisco, no primeiro documento do papa sobre o assunto, em que pede um retorno da "dignidade do jornalismo".

A declaração foi emitida após meses de debate sobre o quanto notícias falsas podem ter influenciado a campanha presidencial dos Estados Unidos em 2016 e a eleição do presidente norte-americano, Donald Trump.

O documento, chamado "A verdade irá libertá-lo – notícias falsas e jornalismo para a paz", foi emitido em antecipação ao Dia Mundial das Comunicações Sociais da Igreja Católica, em 13 de maio.

"Difundir notícias falsas pode servir para atingir objetivos específicos, influenciar decisões políticas e servir a interesses econômicos", escreveu o papa, condenando o "uso manipulativo de redes sociais" e outras formas de comunicação.

O pontífice disse que a primeira fake news foi no início dos tempos bíblicos, quando Eva foi tentada a colher uma maçã do jardim do Éden, levada por informações falsas divulgadas pela serpente.

"A estratégia desse inteligente 'pai das mentiras' é precisamente a imitação, essa forma de sedução traiçoeira e perigosa que se insinua no coração com argumentos falsos e atrativos", disse Francisco, referindo-se à serpente.

O documento é divulgado depois de uma semana de viagem do papa pela América do Sul em que ele foi atingido pela cobertura negativa da imprensa. Ele foi criticado por, no Chile, ter defendido um bispo acusado de acobertar abusos sexuais de padres contra menores.

O papa já reclamou anteriormente de jornalistas, e antes de ser pontífice era conhecido por sua relação distante da mídia de seu país natal, a Argentina.

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