Descrição de chapéu Nicolás Maduro

Justiça da Venezuela proíbe oposição de concorrer coligada em eleição

Crédito: Paulo Whitaker - 16.jul.2017/Reuters Imigrante venezuelano em São Paulo vota em plebiscito promovido pela MUD em julho de 2017
Imigrante venezuelano em São Paulo vota em plebiscito promovido pela MUD em julho de 2017

DE SÃO PAULO

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, dominado pelo regime de Nicolás Maduro, proibiu nesta quinta-feira (25) que a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) concorra coligada na eleição presidencial.

A decisão é anunciada dois dias depois que a Assembleia Constituinte, convocada pelo ditador e controlada por seus aliados, antecipar a realização do pleito para abrilele estava previsto para ocorrer no segundo semestre.

Na sentença, a Corte excluiu a frente do processo de revalidação de partidos que será realizado no fim de semana. A renovação foi uma punição da Constituinte ante o boicote opositor à votação para prefeitos, em dezembro.

Além da MUD, também foram submetidos aos processo seus três maiores partidos: a Ação Democrática (centro), o Primeiro Justiça (centro-direita) e a Vontade Popular (direita), os mais ligados aos protestos contra Maduro.

Para evitar a divisão dos eleitores, as siglas orientaram seus seguidores a assinarem a revalidação da MUD. Isso fez com que o Vontade Popular desistisse do processo e os demais concentrassem na renovação da frente.

Com isso, a determinação judicial também coloca em risco a elegibilidade das outras duas. Em um cenário de apatia e críticas da população aos partidos, seus líderes precisarão reunir cerca de 95 mil pessoas para a validação.

A ausência da coalizão ainda dificulta a primária que os antichavistas queriam fazer para selecionar seu candidato. O processo teria que ocorrer antes do registro das candidaturas, que costuma ser feito dois meses antes da eleição.

INELEGÍVEIS

Antes da decisão judicial, a MUD já enfrentava dificuldades para escolher seus candidatos. Os dois líderes que ainda não estão presos ou inelegíveis são os ex-presidentes da Assembleia Nacional Henry Ramos Allup e Julio Borges.

Eles, porém, estão ameaçados de serem processados pela Constituinte por crime de ódio por terem convocado os protestos contra o regime entre abril e julho de 2017, que deixaram 125 mortos e mais de 3.000 feridos.

Os dois mais cotados eram o ex-prefeito Leopoldo López, que cumpre em casa uma pena de 13 anos de prisão por incitação ao ódio, e o ex-presidenciável Henrique Capriles, que teve seus direitos políticos cassados por 15 anos.

Também estão inelegíveis líderes como María Corina Machado, cassada, e Antonio Ledezma, que fugiu da prisão domiciliar e se exilou na Espanha. A alternativa é Henri Falcón, ex-chavista que é criticado pela ala majoritária da MUD por ser de centro-esquerda.

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