Em carta de 2013, suposto fugitivo de Alcatraz diz estar vivo

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AMY B.WANG
DO "WASHINGTON POST"

As perguntas intimidaram a polícia, assombraram parentes e intrigam o público há mais de 50 anos. Os três homens que fugiram em 1962 da prisão da ilha de Alcatraz —conhecida na época como a mais difícil de fugir nos EUA— sobreviveram à tentativa?

Até hoje a teoria predominante é a de que Frank Morris e os irmãos John e Clarence Anglin se afogaram tentando atravessar a gélida baía de San Francisco, na Califórnia.

Crédito: Felix Behnke/Image Source A ilha de Alcatraz, em San Francisco, abrigou até 1963 a prisão americana mais difícil de fugir até então
A ilha de Alcatraz, em San Francisco, abrigou até 1963 a prisão americana mais difícil de fugir até então

Mas em uma carta recém-descoberta, enviada à polícia em 2013 e obtida pelo canal KPIX, um homem afirma ser um dos fugitivos e que os três sobreviveram à evasão, mas ele é o único que ainda vive.

"Meu nome é John Anglin. Eu escapei de Alcatraz em junho de 1962 com meu irmão Clarence e Frank Morris. Tenho 83 anos e estou em má situação. Tenho câncer. Sim, nós todos conseguimos naquela noite, mas por pouco!"

A carta afirma que Morris morreu em 2008 e que Clarence morreu em 2011. "Se vocês anunciarem na TV que terei a promessa de voltar para a cadeia por não mais que um ano e receber cuidados médicos, direi onde eu estou. Isto não é uma brincadeira".

Segundo a KPIX, o FBI examinou a carta, mas disse que seus resultados eram inconclusivos. Um membro do Serviço de Delegados dos EUA disse que a agência acredita que a carta não é verdadeira, com base na análise da caligrafia e em outros fatores.

"Não há absolutamente motivos para acreditar que algum deles teria mudado de estilo de vida e se tornado um cidadão cumpridor da lei depois dessa fuga", disse o Serviço de Delegados à KPIX.

Não se sabe por que a carta demorou cinco anos para ser revelada. Seja qual for o destino dos fugitivos, a ousada fuga virou lenda, imortalizada no filme "Alcatraz –Fuga Impossível" (1979).

Segundo o FBI, cerca de seis meses antes da fuga quatro detentos começaram a planejar a façanha, perfurando com uma furadeira artesanal o acesso ao duto de ventilação. Eles usaram o local como oficina para construir um bote com capas de chuva que usaram para fugir.

Em 12 de junho de 1962 Morris e os irmãos Anglin escaparam com a embarcação improvisada pelo telhado. Nunca mais foram vistos.

O FBI encerrou oficialmente o caso sobre os fugitivos de Alcatraz em 1979, embora o Serviço de Delegados dos EUA mantenha a investigação aberta até que se prove que os homens morreram ou até que completem 99 anos.

Parentes de John e Clarence Anglin acreditam firmemente que eles sobreviveram à fuga: pelo menos quatro membros da família Anglin, incluindo dois sobrinhos e uma irmã, falaram ao jornal "San Francisco Chronicle" em 2013, oferecendo o que eles disseram ser evidências de que os homens estavam vivos –incluindo um cartão de Natal que a família recebeu em 1962, dizendo: "Para Mamãe, do John. Feliz Natal".

"Se eles não estão vivos", disse ao jornal um sobrinho, Dave Widner, "por que o governo continua a procurá-los?"

Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES

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