Diretor do FBI confronta Trump sobre divulgação de documento

Christopher  Wray é o sucessor de James Comey, ex-diretor do FBI demitido por Trump

 

O diretor do FBI, Christopher Wray, durante conferência de cibersegurança em Nova York
O diretor do FBI, Christopher Wray, durante conferência de cibersegurança em Nova York - Drew Angerer - 9.jan.18/Getty Images/AFP

 

 

Silas Martí
Nova York

Num primeiro atrito com Donald Trump, o diretor do FBI, a polícia federal americana, atacou a ordem de deputados republicanos para tornar público um documento que acusa o órgão e o Departamento de Justiça de abuso de poder pela decisão de espionar um ex-agente da campanha presidencial.

Um comunicado do FBI, embora não assinado pelo chefe Christopher Wray, diz que não houve tempo para analisar o memorando sobre a investigação de Carter Page, que trabalhou para Trump na corrida presidencial, na véspera da votação para a divulgação e que a omissão de fatos afetam a sua exatidão.

 

Wray é o sucessor de James Comey, demitido por Trump em maio do ano passado. Até o momento, o novo titular vinha mantendo uma aparente autonomia no comando da polícia federal, apesar dos ataques do presidente contra o órgão.

Mas um racha entre ele e Trump acaba de se tornar mais evidente. Nesta semana, o vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, antecipou sua saída do órgão —ele disse que iria se aposentar depois de ter sua imparcialidade questionada pelo presidente— e agora o caso do memorando parece acirrar mais os ânimos.

O presidente vem pressionando pela publicação desse documento na tentativa de jogar dúvida sobre a legalidade das ações do FBI sobre as relações dos membros de sua campanha com Moscou.

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