Filha de Fujimori expulsa irmão que se rebelou de partido no Peru

Também deixaram o partido Força Popular outros nove parlamentares fujimoristas rebeldes

 

Keiko Fujimori abraça o irmão, Kenji, na campanha de 2016; filho de Alberto Fujimori é expulso de partido
Keiko Fujimori abraça o irmão, Kenji, na campanha de 2016; filho de Alberto Fujimori é expulso de partido - Mariana Bazo - 2.jun.2016/Reuters

 

Buenos Aires

O deputado Kenji Fujimori, filho do ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000), foi expulso junto aos outros nove parlamentares fujimoristas "rebeldes", que votaram no último dia 21 de dezembro contra as ordens da líder do partido Força Popular, Keiko Fujimori (também filha do autocrata), impedindo a remoção do cargo do presidente Pedro Pablo Kuczynski.

Kenji e seu grupo, auto-apelidados de "avengers" (vingadores), foram punidos por não apoiar Keiko, que pediu a votação da moção de vacância do cargo de PPK, pedindo sua expulsão por conta de um suposto envolvimento do presidente peruano no escândalo da construtora brasileira Odebrecht.

Seu irmão, porém, vinha negociando havia meses, às escondidas, com o mandatário. A barganha consistia no apoio de Kenji e sua bancada a PPK —que vinha tendo várias dificuldades para governar e ministros removidos por conta da ação da maioria fujimorista no Congresso—, em troca de um indulto a Alberto Fujimori, preso desde 2009 e condenado a 25 anos de cadeia por abusos de direitos humanos e corrupção.

Quando Kenji e o resto dos "avengers" se abstiveram da votação, salvando o posto de PPK, este retribuiu apenas três dias depois, na véspera de Natal, concedendo o indulto a Fujimori, por "razões humanitárias".

Com isso, a bancada da Força Popular perde força no Congresso, passando a ter 61 deputados. Por enquanto, Kenji e o resto dos "avengers" estudam se fundam um novo partido ou se vão se juntar a outro.

A disputa entre os irmãos divide o fujimorismo. Em uma pesquisa recente, 39% dos entrevistados dizia preferir Kenji a Keiko como candidato a presidente nas próximas eleições, e 31% ainda apostava na irmã mais velha, que também vem sendo acusada de ter recebido "caixa 2" da Odebrecht na campanha eleitoral de 2011.

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