A cotação oficial do bolívar caiu 86% em relação ao euro nesta segunda-feira (5), após o primeiro leilão de moedas estrangeiras feito pelo regime de Nicolás Maduro desde a unificação do sistema cambial na Venezuela.
Segundo o Banco Central do país, o valor da moeda europeia saltou de 4.146 bolívares na última concorrência, em setembro, para 30.987 bolívares —taxa, porém, oito vezes menor que os 283 mil registrados no mercado paralelo.
O chavismo não permitiu transações em dólares americanos sob a justificativa de que os Estados Unidos dificultam as transações com a moeda devido às sanções do governo de Donald Trump aos títulos da dívida de Caracas.
As autoridades não informaram qual foi o valor negociado. O chamado Dicom permite que pessoas físicas e jurídicas comprem e vendam divisas de forma controlada, única modalidade permitida legalmente no país caribenho.
Por esse mecanismo as autoridades permitem a compra de 420 euros mensais por pessoa física, em no máximo quatro parcelas anuais, e o equivalente a 30% do faturamento das empresas por ano, até um limite de 340 mil euros.
A adoção do euro se deve a uma estratégia do que o chavismo chama de independência em relação ao dólar. Com isso, também fomentaram o uso de outras moedas, como o iene, o yuan chinês, o rublo e as rúpias indianas.
Nesta segunda, o Banco Central reconheceu que houve dificuldades importantes em relação à venda de divisas, principalmente pelos limites às transferências entre clientes de bancos públicos e privados venezuelanos.
Embora possa ajudar a recuperar parte das reservas financeiras da Venezuela, a unificação das taxas não deverá acabar com o mercado paralelo, devido à disparidade de valor e aos controles para a compra das divisas.
A divulgação do valor sem a inclusão do volume negociado também é vista como analistas como incerteza, já que o governo pode ter alterado os números.
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