Bombardeios matam 98 perto de Damasco, diz observatório

Mais de 400 pessoas ficam feridas em ataques desde domingo

Homem sírio carrega ferido em meio a destroços de edifícios após bombardeio do governo na cidade de Hamouria, no bastião rebelde de Ghouta, próximo a Damasco (Síria) - Abdulmonam Eassa/AFP
Beirute | Reuters

Um aumento nos ataques por parte do governo sírio e de seus aliados matou 98 pessoas no reduto rebelde de Ghouta Oriental nas últimas 24 horas, afirmou uma ONG ligada à oposição nesta segunda-feira (19).

Os ataques aéreos nos subúrbios de Damasco também deixaram 325 feridos, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora o conflito desde seu início, em 2011.

O Exército sírio não comentou. O governo do ditador Bashar al Assad afirma que tem por alvo apenas militantes. 

A ONU afirma que cerca de 400 mil pessoas moram em Ghouta Oriental, um conjunto de cidades satélites e fazendas sob cerco do governo desde 2013. 

O observatório, baseado no Reino Unido, afirma que a escalada das tensões na região teve início no domingo e que os mortos incluíram 14 crianças. 

O serviço de defesa civil afirmou que ataques mataram 20 pessoas e feriram dezenas apenas na cidade de Hammouriyeh nesta segunda. 

As forças militares de Assad ganharam ímpeto no conflito depois que aviões de guerra russos entraram a seu lado em 2015, expulsando rebeldes das cidades maiores e recuperando a maior parte das zonas centrais e do leste da Síria do Estado Islâmico. 

O chanceler russo, Sergei  Lavrov, disse nesta segunda que Moscou "poderia empregar nossa experiência em liberar Aleppo para a situação em Ghouta Oriental". 

Wael Olwan, porta-voz da facção rebelde Failaq  al-Rahman, em Ghouta Oriental, disse que o bombardeio foi pesado durante todo o dia. 

"Não houve incursão terrestre e confrontos, mas há muitos bombardeios", afirmou. 

Na semana passada, a ONU afirmou que a Síria está vivendo uma das piores fases do conflito, que entra no seu oitavo ano. Centenas de milhares de pessoas já morreram e milhões fugiram de suas casas. 

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