Brasil e Venezuela enfrentam 'embate diplomático', diz Temer 

Presidente diz que país tem buscado prestar ajuda humanitária a venezuelanos

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O presidente Michel Temer participa do lançamento do Documento de Identificação Nacional em Brasília na segunda (5)
O presidente Michel Temer participa do lançamento do Documento de Identificação Nacional em Brasília na segunda (5) - Ueslei Marcelino - 5.fev.2018/Reuters
Brasília e São Paulo

O presidente Michel Temer criticou nesta sexta-feira (9) o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e disse que o Brasil e o país vizinho passam por um embate diplomático.

Em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, ele disse não concordar com o regime venezuelano e afirmou que ele é responsável pelo grande número de refugiados.

"A Venezuela não foi admitida no Mercosul (sic) exatamente em face do que está ocorrendo por lá", disse, em alusão à decisão dos demais países-membros do bloco de afastar Caracas.

O emedebista observou que, apesar das divergências políticas, o Brasil tem buscado prestar ajuda humanitária aos venezuelanos que têm cruzado a fronteira para Roraima, que já recebeu mais de 40 mil imigrantes.

Na quinta (8), uma comitiva de ministros viajou ao Estado para anunciar um censo dos estrangeiros. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que reforçará a segurança na fronteira e começará a realocação do grupo.

Segundo ele, o efetivo do Exército passará de 100 para 200 soldados. As equipes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal no Estado, vinculadas ao Ministério da Justiça, também crescerão.

"Eles saíram por fome, saíram por falta de medicamento, saíram por conta da crise que está acontecendo lá, mas, ao mesmo tempo, isso sobrecarga e muito o Estado e a cidade", disse.

A medida foi anunciada no mesmo dia em que a Colômbia aumentou a segurança na fronteira e verba destinada à assistência social e mudou as regras migratórias. O país recebeu mais de 550 mil venezuelanos no ano passado.

EMBATE

Desde que Temer assumiu, Maduro diminuiu as relações diplomáticas com o Brasil. O mandatário chavista considera o governo do emedebista ilegítimo por qualificar como golpe o impeachment da petista Dilma Rousseff.

Tendo como ministros os tucanos José Serra inicialmente e Aloysio Nunes, o Itamaraty passou a se alinhar a países com governos críticos ao regime e formou com eles o Grupo de Lima, que não reconhece a Assembleia Constituinte convocada pelo ditador e composta integralmente por seus aliados.

Apesar da associação aos países detratores de Maduro e da chegada de venezuelanos a Roraima, Temer não está entre os presidentes que lideram as críticas ao chavista —papéis hoje ocupados pelo argentino Mauricio Macri e o colombiano Juan Manuel Santos.

Na semana passada, Macri e Santos receberam o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, para discutir a crise venezuelana —os dois também se reuniram com o vice-presidente, Mike Pence, em agosto.

Nem Pence nem Tillerson estiveram no Brasil em suas passagens pela América Latina.

 
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