O cantor evangélico conservador Fabricio Alvarado enfrentará um candidato governista de centro-esquerda no segundo turno da eleição presidencial da Costa Rica em abril, tendo vencido o primeiro turno disputado no domingo (5) com uma campanha de forte oposição ao casamento gay.
Alvarado, 43, é o único parlamentar eleito do evangélico Partido da Restauração Nacional e ganhou destaque como candidato depois de criticar um veredicto de um tribunal que levou a Costa Rica a liberar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Propomos a soberania da família como a base fundamental da sociedade", disse ele a apoiadores após o anúncio dos resultados. "A Costa Rica enviou uma mensagem aos partidos tradicionais —nunca mais eles interferirão na família".
Como o adversário do partido governista, Carlos Alvarado, apoia a medida, o segundo turno de 1º de abril pode se tornar um referendo sobre o tema que polarizou o país.
A eleição também pode ser um sinal do futuro da América Latina, onde candidatos nada tradicionais e de fora da política devem causar impacto nas eleições deste ano, quando cerca de dois terços da população da região elegerão novos governos.
Apesar de o país ter um histórico de políticas sociais progressistas, a maioria dos costa-riquenhos se identifica como conservadora, e o cristianismo evangélico emergiu como força religiosa e política nos últimos anos, refletindo mudanças recentes em toda a América Latina.
Com 93,7% das urnas apuradas, Fabricio Alvarado tinha 24,91% dos votos, e Carlos Alvarado 21,66% —apesar do mesmo sobrenome, os dois rivais não têm parentesco.
De acordo com as regras eleitorais do país, o segundo turno acontece quando nenhum dos candidatos consegue mais do que 40% dos votos no primeiro turno. O terceiro colocado, o liberal Antonio Álvarez Desanti, que obteve 18,62%, reconheceu a derrota na noite de domingo.
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