Duterte diz que soldados devem atirar na vagina de guerrilheiras

"Sem vaginas, elas seriam inúteis", afirma presidente das Filipinas

Manila | Reuters

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse que soldados deveriam atirar "na vagina" de guerrilheiras rebeldes. "Sem as vaginas, elas seriam inúteis."

As declarações foram dadas por Duterte no último dia 7, em uma palestra para cerca de 200 ex-membros de um grupo insurgente comunista, e provocaram risos na plateia.

Duterte falou de quando foi prefeito da cidade de Dayao, entre 2013 e 2016. "Diga aos soldados. Tem uma nova ordem vindo do prefeito. Não vamos matar vocês [guerrilheiras rebeldes]. Vamos apenas atirar em suas vaginas. Sem as vaginas, elas seriam inúteis."

O presidente filipino falou em seu dialeto nativo Visayan e pronunciou repetidas vezes a palavra "bisong", que significa vagina. Uma transcrição do discurso divulgada mais tarde pelo governo, porém, censurou o termo, que foi substituído por um travessão.

O porta-voz Harry Roque afirmou nesta terça-feira (12) que Duterte deve ser levado a sério, mas não de maneira literal. "Eu tenho dito várias vezes, não levem o presidente no literal, mas levem ele a sério."

Segundo Roque, o contexto da fala de Duterte na semana passada era o da raiva pela traição de insurgentes comunistas, que implodiram as conversas para um acordo de paz com o governo.

As Filipinas são palco de um conflito civil com guerrilhas comunistas desde 1969.

O porta-voz do governo disse ainda que Duterte provou repetidas vezes que o bem-estar das mulheres é uma prioridade para o presidente.

O grupo Gabriela, que defende os direitos das mulheres no Congresso filipino, chamou Duterte de "o fascista machista mais perigoso no governo" e afirmou que suas declarações "encorajam abertamente a violência contra as mulheres e contribui para a impunidade".

O representante da ONG Human Rights Watch Carlos Conde lembrou que a fala do líder filipino "é apenas a última em uma série de declarações misóginas, depreciativas e humilhantes" sobre as mulheres que estimulam as forças de segurança do Estado a praticar violência sexual.

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