Os EUA abrirão sua embaixada em Jerusalém em maio, para marcar as comemorações dos 70 anos de independência de Israel, anunciou nesta sexta-feira (23) o Departamento de Estado.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse que o anúncio representa “um grande dia para o povo de Israel”.
A representação diplomática americana em Israel é atualmente em Tel Aviv, mas o presidente Donald Trump anunciou que a transferiria para Jerusalém, que designou como capital de Israel. A medida reverte décadas de política externa americana.
A embaixada será localizada no edifício que hoje abriga a seção consular no bairro de Arnona até o final de 2019, quando será transferida para um anexo, afirmou o Departamento de Estado. Os EUA começaram a procurar um local para a embaixada permanente em Jerusalém, acrescentou.
"Estamos animados para dar esse passo histórico e esperamos ansiosamente pela inauguração em maio", afirmou a porta-voz Heather Nauert.
Em visita ao país no mês passado, o vice-presidente, Mike Pence, havia dito que a transferência ocorreria apenas no fim de 2019.
Palestinos reagiram com fúria à notícia, afirmando que irá destruir a possibilidade de uma solução de dois Estados no conflito israelo-palestinos.
Houve protestos em Gaza e na Cisjordânia. Palestinos demandam que Jerusalém Oriental -- anexada por Israel em 1967 -- seja capital de seu futuro Estado.
Saeb Erekat, negociador-chefe palestino nas conversas de paz, que estão congeladas desde 2014, afirmou que a decisão americana mostra "uma determinação de violar a lei internacional, destruir a solução de dois Estados e provocar os sentidos do povo palestino, bem como de árabes, muçulmanos e cristãos ao redor do globo".
"É um passo inaceitável. Qualquer ação unilateral não dará legitimidade a ninguém e será um obstáculo a qualquer esforço para criar paz na região", afirmou Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
A data de 14 de maio mencionada pela imprensa israelense coincide no calendário ocidental com o aniversário da proclamação do Estado de Israel. Os palestinos comemoram todos os anos essa ocasião como a "Nakba" (catástrofe).
Em discurso nesta sexta em encontro conservador próximo a Washington, antes do anúncio pelo Departamento de Estado, Trump relembrou sua controversa decisão de transferir a embaixada.
"Eu menciono que posso fazer isso. Sou atingido por mais países e mais pressão e mais gente pedindo, implorando 'não faça isso, não faça isso, não faça isso'", disse Trump.
"Eu disse que tenho de fazer. É a coisa certa a fazer, temos de fazer. E fiz."
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