Ex-diretor da Oxfam no Haiti nega denúncias sexuais

Roland Van Hauwermeiren, 68, diz que não é santo mas não pagou prostitutas

Bruxelas | Reuters

O ex-diretor da Oxfam no centro de um escândalo sexual disse nesta quinta-feira (15) que cometeu erros quando trabalhava no Haiti, mas negou ter pago por sexo com prostitutas ou abusado de menores de idade.

Em sua primeira resposta às acusações sobre sua conduta, o belga Roland Van Hauwermeiren, 68, disse em uma carta aberta ao canal de TV VTM que não queria se colocar como vítima, mas sentia que a a entidade humanitária britânica e seus funcionários seriam prejudicados com "falsas acusações".

Mulher passa por cartaz da Oxfam em Corail, campo para desabrigados no terremoto de 2010, nos arredores de Porto Príncipe (Haiti) - Andres Martinez Casares - 13.fev.2018/Reuters

Na carta de quatro páginas, ele acusou um ex-funcionário de ser a fonte dos relatos que levaram o Reino Unido e a União Europeia e a reconsiderarem o financiamento à Oxfam. 

"Não sou um santo. Sou um homem de carne e osso e cometi erros (não fáceis de admitir) e estou PROFUNDAMENTE ENVERGONHADO", disse o ex-soldado. 

Ele afirmou ter renunciado ao posto após o terremoto de 2010 no Haiti porque falhou em exercer controle suficiente sobre os funcionários acusados de má-conduta. Mas negou ter organizado "festas sexuais" ou visitado bordéis no país caribenho. 

O belga admitiu ter tido um breve relacionamento sexual com uma haitiana que conheceu após fornecer leite e fraldas à sua irmã mais nova. Ele negou ter dado dinheiro à mulher, mas disse que sua ligação "alimentou rumores" e deixou sua liderança na Oxfam "comprometida".

A carta também abordou denúncias sobre sua conduta em outras operações da Oxfam. Na Libéria em 2004, ele admitiu ter sido demitido após frequentar uma festa com a presença de duas prostitutas. Ele disse que apenas "dançou e flertou" com elas. 

Ele afirmou que rumores de que seus funcionários pagavam por sexo no Chade em 2006 são "completas besteiras". 

Reclamando de "calúnia", ele disse acreditar que os relatos foram baseados em alegações de um homem que ele demitiu na Libéria por bebedeira e abuso dos funcionários. Ele não deu o nome do homem. 

"Sinto que agi errado, mas não na maneira que alguns meios de comunicação estão dizendo", escreveu Van Hauwermeiren. "Essas alegações estão me destruindo e eu não ouso mais aparecer em público ou falar com minha família e meus filhos." ​

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