Justiça aponta Facebook como a plataforma mais usada por russos

Investigação apura interferência nas eleições dos EUA em 2016

São Paulo | Reuters, AFP e The New York Times

Em uma acusação de 37 páginas, o assessor do Departamento de Justiça dos EUA Robert Mueller listou 13 russos e três empresas como responsáveis pelo esquema que interferiu na eleição presidencial e apoiou a candidatura de Donald Trump.

O texto revela que o Facebook e o Instagram foram as principais plataformas usadas pelos russos para influenciar a disputa eleitoral em 2016.


Vladimir Putin e Donald Trump conversam na Ásia em meio às investigações nos EUA sobre a interferência russa nas eleições presidenciais americanas
Vladimir Putin e Donald Trump conversam na Ásia em meio às investigações nos EUA sobre a interferência russa nas eleições presidenciais americanas - Jorge Silva - 11.nov.2017/AFP

A acusação diz que os russos agiram desde 2014, na empresa Internet Research Agency, baseada em São Petesburgo e financiada por Evgeny Prigojine, próxima do presidente Vladimir Putin, para atuar nas redes sociais. Com o uso de identidades roubadas e se fazendo passar por americanos, eles semearam discórdias entre eleitores, divulgaram imagens e anúncios polêmicos e até organizaram comícios.

Ainda que não acuse as empresas das redes sociais, o texto cita 41 vezes o Facebook e o Instagram o Twitter foi citado nove vezes, o YouTube, uma, e o Paypal, 11 e joga luz como nunca antes sobre o uso de empresa de tecnologia para cometer fraudes nos EUA.

Segundo Jonathan Albright, diretor de pesquisa do Tow Centre para Jornalismo Digital da Universidade de Columbia, muitas das ferramentas que os russos usaram, como as que permitem que os anúncios sejam segmentados, ainda estão presentes no Facebook.

O Facebook, que desdenhou no início e depois ajudou na investigação, divulgou neste sábado (17) que usará cartões-postais enviados pelo correio para verificar identidades e localização de pessoas que compram publicidade eleitoral em seu site.

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