Justiça britânica mantém ordem de prisão contra Julian Assange

Para magistrada, fundador do WikiLeaks violou condições de liberdade condicional

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fala a seus seguidores na sacada da casa onde fica a embaixada do Equador em Londres; à esquerda do ativista, um mastro com a bandeira equatoriana
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fala a seus seguidores na sacada da casa onde fica a embaixada do Equador em Londres - Daniel Leal-Olivas - 19.mai.2017/AFP

A Justiça do Reino Unido manteve nesta terça-feira (6) a ordem de prisão contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, por ter violado as regras de sua liberdade condicional ao se refugiar na embaixada do Equador.

Ele está na representação diplomática desde junho de 2012, quando fugia de um mandado de prisão europeu sob a acusação de estupro na Suécia. O país nórdico, porém, arquivou o processo, o que em tese o libertaria.

A magistrada deu chance à defesa de entrar com novo recurso, a ser julgado na próxima terça (13). O advogado de defesa de Assange, Mark Summers, argumenta que o mandado de prisão perdeu o propósito e a função.

Não estou convencida de que seja preciso retirar a ordem, afirmou a juíza Emma Arbuthnot, acabando com a possibilidade de o fundador do site WikiLeaks poder sair livremente pelas ruas de Londres.

O pedido do australiano surge pouco depois de o Equador lhe conceder cidadania e status diplomático, com a ideia de que a imunidade lhe permitiria deixar a legação. O Reino Unido disse que a medida não alteraria a situação.

O Equador sabe que a única maneira de resolver esse assunto é que Assange deixe a embaixada para enfrentar a Justiça, declarou um porta-voz do Ministério britânico das Relações Exteriores.

A situação de Assange se transformou em uma pedra no sapato do Equador, como admitiu o presidente desse país, Lenín Moreno, que herdou o imbróglio de seu antecessor e agora inimigo político Rafael Correa.

Em várias ocasiões, Quito criticou o hóspede por se envolver em assuntos de outros países, como na divulgação de e-mails contra Hillary Clinton nas eleições americanas de 2016 e ao apoiar os separatistas da Catalunha.

O fundador do WikiLeaks teme deixar a embaixada, ser detido e acabar extraditado para os EUA para ser julgado por ter divulgado milhares de telegramas confidenciais. No ano passado, o secretário de Justiça americano, Jeff Sessions, disse que a prisão do ativista era uma prioridade.

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