Cerca de 2.000 manifestantes protestaram em Tel Aviv nesta sexta-feira (16) contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, 68, três dias depois que a polícia recomendar seu processamento por corrupção.
Há quase nove anos no cargo, o governante é acusado também de fraude e abuso de poder por receber presentes de empresários e de um acordo com um grupo de mídia para ter uma cobertura mais favorável de seu governo.
O grupo se reuniu em uma praça da maior cidade do país, com cartazes com mensagens como "Ladrões, vão para casa" e "Ministro do Crime [Crime Minister, em referência ao inglês Prime Minister, primeiro-ministro]".
"Acho que ele deve se considerar inapto para o cargo e renunciar. Ele não pode continuar sendo o primeiro-ministro de Israel", disse o professor de música aposentado Shlomit Bar, 63, à agência de notícias Reuters.
O chefe de governo nega as acusações. Apesar do inquérito policial, caberá ao Ministério Público decidir se o caso vai à Justiça e Netanyahu só é obrigado a deixar o cargo se condenado pela Suprema Corte.
Por outro lado, um indiciamento pode levar à perda de apoio dos partidos de sua coalizão, levando à antecipação das eleições previstas para novembro de 2019. O primeiro-ministro também perdeu respaldo popular.
Pesquisa do canal Reshet Bet mostra que 49% dos entrevistados confiam mais na versão da polícia, enquanto 25% acreditam em Netanyahu. No mesmo grupo, 49% defendem a permanência no cargo e 43%, a renúncia.
EUA
Em meio à pressão interna, Netanyahu deverá ir aos EUA para visitar o presidente DonaldTrump em 5 de março, informou nesta sexta a Casa Branca.
A visita é confirmada após o mal-estar provocado pela declaração do israelense que estaria discutindo com os EUA uma anexação dos assentamentos judaicos no território palestino da Cisjordânia.
Ao anunciá-la na segunda (12), o chefe de governo israelense irritou a Casa Branca, que imediatamente desmentiu ter discutido o tema.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.